terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Nada

Como em toda meditação ela começa me pedindo pra não pensar em nada, o que é impossivel nos primeiros minutos. Tento esquecer o que estou fazendo ali, o fato que não acredito muito nessa coisa toda de meditação e que a cama que estou deitado é um pouco dura demais. Forço a minha mente a imaginar um quadrado branco flutuando. No fundo musica relaxante e agua corrente. O branco. O quadrado branco. O nada. Nada. Nada. Lembro do quão impossivel é experimentar o nada. Merda. Nada. Nada. Nada. Pense em nada.










Isso muito bem, relaxe.








se voce conseguiu não pensar em nada segure sua respiração para que eu saiba,

muito bem


não abra os olhos , respire fundo.



respire - inspire respire - inspire


isso.


Agora vamos começar a sua viagem. Agora voce está se voltando para dentro de si. Voce está olhando para si mesmo e atraves de si mesmo. Voce vê a sua própria energia. Fluindo. Voce vê a vida dentro de voce. Voce notou que algum pontos estão menos claros. Estes são seus problemas.


Isto é o que está te incomodando. Isto é o seu grande problema. Respire. Respire


Não abra os olhos.


Isso está te devorando por dentro. Isso está drenando as suas forças. Voce está mais fraco agora.


respire


respire


isso


Voce notou que o grande borrão negro dentro de voce tem uma forma.


Qual a forma do borrão?

Não responda
mentalize


Isso respire


inspire


respire


Voce esta vendo a besta que vive dentro de voce? ela deve ser alimentada. Agora imagine a besta se alimentando de voce, te comendo por dentro .


Isso


respire


respire


deixe tudo ir


vá em paz para o nada


Agora voce está olhando para o que sobrou de voce. O que voce vê ? Não responda


respire

respire

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Oops

Voce fez denovo, ficou parado demais, desperto demais, voce prestou atenção demais e agora voltou pra mesma situação surreal que voce tinha inventado antes: Voce está triste pro saber de todo seu coração que voce está curtindo ser triste e está profundamente abalado e de fato sentindo algo. Você está feliz, e voce se sente bem por que ao reler Good Old Neon voce é tão sofrido distorcido sem poder reclamar dos seus pais, ou de algum bandido que destruiu sua familia ou ainda de uma garota que seduziu voce e depois te trocou pelo seu melhor amigo. Voce está sentindo. Tá doendo. E como remédio voce começou escrever, numa esperança falsa de que isso tudo vá embora. Embora voce não queira que vá embora .Voce quer mergulhar cada vez mais nesse sentimento. A dor. Voce não é especial. Voce se acha especial por saber que não é especial . Eu sei. Voce olha em volta e ve que não tem amigos, voce lembra que ninguem tem amigos mesmo. Voce pensa que tem que valorizar os seus, e logo voce pensa que se o fizer de propósito estará sendo falso. Voce quer ser verdadeiro. No entanto a verdade exige uma inconsciencia, agir por instinto. Algo que voce não pode alcançar pelo mero fato de estar querendo alcançar. Voce pensa que devia beber, se drogar. Ai voce lembra do seu amigo , que voce tanto critica por beber, voce lembra que fica pior ainda quando voce bebe. Voce continua escrevendo. E fica imaginando. E fica feliz por saber que nunca vai se matar. Que voce nunca teria coragem pra isso. E portanto voce não deve ser tão ruim assim. Voce está feliz.

Voce está aqui.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Deep Statistics

Numero de pessoas que vao chorar no seu enterro:

0 = Voce eh orfao e/ou politico
1 = Voce nunca saiu de casa.
2= Normal
3= Voce tem muitos amigos!
4 Voce tem uma heranca gorda
Mais que 5 = Parabens! Voce eh um icone da musica.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mahtchoo Peetchoo

Acordei 4 horas da manha..lanterninha na mao rumo a Machu Picchu... 2 horas de escadas e pá uma fila de gringos loucos com cameras alucinadas... Recuperei o folego e bora... mais algumas escadinhas e tchanan ... A classica foto do lugar... o lugar eh muito louco... altas interpretaçoes bizarras sobre as casas lá. Bati um rango caro mas bom e fui encarar o Huayna Picchu que aquela montanha que fica atras da cidade nas fotos classicas.. 1 hora e meia pra encontrar malucos abraçando pedras..rezando e tudo mais... bando de doido...na volta achei dos brothers que tinha achado antes em Santa Cruz..os novos companheiros de viagem... voltei pra cusco..com treta na agencia de turismo..mas consegui a grana de volta.. arranquei pra copacabana...to aki agora..descansando um pouco pra continuar a viagem..amanha la paz...

Saudades de casa...


PS: Hai, Aqui na frente tah rolando numa tv um WWE... John Cena vs XXX ... hehe altos dvds piratas de luchas a venda...

Ps2: Amo Amo Amo

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Im Still Alive - GlaDOS

Na rota pra Macchu Pichu..


Seguindo a trilha inca....

Dia 1 = 60 kms de downhill tipo o post acima mas sem o penhasco da morte. Chegada em cidade bizarra
Dia 2 = 18 kms de trekking up and down + Fontes termais.
Dia 3 = 22 kms de trekking no plano

Agora estou em aguas calientes cidade turistica bonitinha tipo Cusco (que eh a cidade mais legal desde que eu sai de curitiba)

Amanha madrugo pra ir pra dita cidade no topo da montanha...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

The most deadly deadly road

Saimos de La Paz e seguimos N kilometros até chegar num lago lindo, lhamas ao fundo. Pessoal começa a descarregar as bicicletas e os equipamentos. A estrada leva a Coroico um vilarejo que fica a -1000 mts de altitude. Estamos nesse momento a 4400 metros. Montamos nas bicicletas e começamos a descida. Em linha eramos 8 pesoas mais os 2 guias. O asfalto era bem conservado, logo estavamos nos divertindo a beça, ultrapassando caminhoes de magrela e curtindo a paisagem. A nossa direta sempre tinhamos uma queda de 800 metros. Apos ums 20 minutos de de descida entramos na tal deadly deadly deadly road. Uma ruazinha de terra com muitas pedras soltas, apertada, mal passava um carro. A explicaçao do nome de estrada da morte mais mortal do mundo eh essa. Fluxo nos ambos sentidos onde há pouca visibilidade e muita neblina.
Instruçoes de - Nao fiquem proximo demais do precipício eram frequentes, embora todos tentássem ficar o mais perto possivel do paredao. E logo vem a neblina. Em minutos esqueciamos o precipicio e o desafio era descobrir o trajeto em meio ao mar branco. Era estranho demais ver as bicicletas e seus jóqueis desaparecendo e reaparecendo. Sozinho no meio do nada. Descendo rapido mas nao demais. Cuidado com as pedras. Outros grupos de ciclistas dividindo o espaço. Ah! E tem o precipício também. E chuva. enlameados,cansados,doloridos , vontade de ir pra casa. Recebemos em resposta uma garrafa de coca cola gelada e bolinhos. E faltam 20 minutos. Nao sei se foi a determinaçao ou coincidencia mas a estrada ficou limpa das pedras que atrasavam muito. O precipico foi substituido por simpáticas arvores. Foi muito bom. Chegamos! Tomamos banho espiando as montanhas, fizemos um almoço legal e em 4 horas estavamos de volta em La Paz.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ar rarefeito

Onibus Santa Cruz - La Paz: Tranquilo demais.
Vao tomar no cu quem disse que era podre. Mentira. É bonito.
Choque térmico. Abuelas everywhere.
Talvez role um passeio de bike downhill. Veremos.

Chulitas wrestling friday!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Trem da Morte NOT

Almoco UM pintado ao mohlo gorgonzola alucinante... Esperando o onibus pra fronteira topamos com um missonario - Filho de Cearense com Mae Boliviana (PS teclado medieval) que nos deu N dicas de seguridad pq ele eh esperto e eh missonario...chegamos em puerto quijarro (BIZARRO) que me lembrava Pinhais demais a parte perto da casa da voh... ou seja nada demais... o trem foi susse...confortavel...mais clipes caseiros com musicas bizarramente mal feitas TUUUU QUIERO MAS DE TUUU BLABLABLA TUUUU
TUUUUUUUUU acordamos entre n torrents de zumbis comedores de cerebro que falam espanhol ou Equipe de TI tambem conhecidos como criancas vendendo POLLOO Paisagem sem graca avebntura legal .. mobamo com ums 5 brazuca aqui pra fechar a raid de Santa Cruz civilizado..bacana..achamo um hotel baratinho com uma mangueira (da manga) massa..tinha ateh rede...hj 1700 LA PAZ! FRIO FRIO!! AQUI EH TAO QUENTE qanto os BQ anteriores mas tem vento...

PS:
Santa Cruz > Campo Grande

PS2: To indo pra Machu Pichu e entornos Renan..

PS3: Amo Amo amo

domingo, 6 de setembro de 2009

Wekid travel day 1

taking a break from unpersonal posts...


A mata tava pesando 10 kgs...Caroninha boa do pai...(=D)
Após atraso em curitiba devido ao mau tempo, chegamos em Campo grande 30 minutos depois de sair de curitiba (graças ao portal temporal - fuso horário) Cara.... O lugar QUENTE !! Quente demais 28 c - (Nota bizarra - tava lendo Noturno -parei num capítulo chamado BURACO QUENTE - coincidencia?) Fome muita fome - restaurantes bizarros - putz.. .aí vemos no horizonte..o grande M. NAda como standard food. LULZ... rodoviaria creepy (BURACO QUENTE) 4 reais por uma coxinha podre... num rolou sorte que achamos passatempo e amendoin... Busão susse (Menção honrosa para o bar na cidade XXXXX que tinha um KOF 97 inteirinho) - Ar condicionado...chegamos meia noite em corumbá (BQ!!) Corremos pra um hotel cheio - andamos um pouquinho e achamos esse aqui... bem bom...ar (desconto =D) - acordamos 6 e corremos pra comprar o bilhete pro trem... 6 horas da manhã já tá quente aqui... (BQ <> Silent Hill (Bolivia) - mordida básica da policia boliviana... e pá bilhetes na mão...agora é ultimo rango brasileiro e go go train.. A cidade aqui é bem legal até... tipo tem tipo um mirante pro pantanal XD altos barquinhos pescando... vi algums passaros legais rondando...mas ainda - BURACO QUENTE!!

Amo-amo-amo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Eu queria que você fosse embora.

Eu queria que você fosse embora.

A frase foi sussurada. A verdade aterradora era que ele tinha perdido ela já. Queria gritar,chorar se rasgar mas não podia. Ele sabia que ela não tinha intenção de magoá-lo, mas era a verdade. Não dava pra pensar em nada, toda força de vontade dele estava entregue a manter o corpo estático, os olhos sem lágrimas, manter a respiração. Todo jorro emocional que fluia em suas veias estava sendo barrado. Seu corpo estava sendo punido. Os braços formigavam, quase doíam. Era o fim doloroso do joguinho. Com mesma naturalidade e simplicidade das outras verdades que ela tão simplesmente sussurava suco de laranja, torta de limão, uma massagem, óleo, no estacionamento, no carro, ficar por cima, ficar por baixo, ser amarrada, tomar um vinho, viajar para a praia, dormir.
A sinceridade de Laura, sempre comoveu o pobre rapaz, ela era um achado, a menina perfeita. Todo jogo de interpretações, "diz que sim mas quer dizer não", não existia. Era tudo simples. Ela dizia o que queria, e ele realizava o desejo dela. Não se sentia escravo ou dependente. Fazia o que fazia de bom grado, não era movido por culpa ou obrigação. Ele estava sendo sincero. Não começou assim. Era como sempre, suspense e ter-que-dizer-o-que-deve-ser-dito, dialogos atraves de roupas, decote quer dizer sim, jeans quer dizer não. Seja ativo mas não demais, seja atacado mas não tarado, elogie mas não exagere, seja ousado mas não atrevido. Chato como sempre, mas sabe como é, tem toda aquela coisa de hormonios. Duro penoso e sem graça, até a primeira noite juntos. Ela estava bebada demais. Dormiu. Ele estava animado demais pra dormir. Não sabia o que fazer com tudo aquilo, esperava que ela acordasse a qualquer momento. E ele estaria ali, pronto para a ação. Nada. Deviam ter passado umas duas horas, para ele eram 20 . O unico movimento no quarto era a respiração dela, o peito subindo e descendo. Ela, subtamente desperta pediu suco de laranja. Foi uma sensação estranha. Era um pedido estranho, mas não passou pela cabeça dele recusar. levantou-se achou laranjas, mas não o espremedor. Espremeu com as mãos mesmo. Uma jarra de suco de laranja. Quando voltou ao quarto. Estava adormecida. Sentiu-se idiota. Tomou um copo de suco e foi dormir. Acordou com beijos, o sorriso e algo sobre estar morrendo de vontade de tomar suco, e como era bonitinho da parte dele ter feito o que ela queria. Ela estava feliz. Houve uma segunda noite. Dessa vez sem restrições, ele ficou bastante satisfeito. Recebeu então seu segundo pedido. A torta de limão. Não podia fazer. Programou-se para ir cedinho na panificadora. Dessa vez acordou-a com beijos e o café da manhã. A torta de limão deixou ela muito feliz. Ele nunca tinha satifeito alguem tão facilmente. Se antes estava levemente interessado na menina, agora ele se entregou totalmente. Fazia já planos em sua cabeça, conforme a cada noite ela revelava um desejo seu, e ele realizava. Ele queria essa sinceridade para sempre, os desejos dela não se limitavam ao desjejum, ele sabia de tudo que normalmente não saberia. Todo o véu de insinuações tinha sido arrancado. Ele estava feliz. E desejava a verdade dessa maneira, franca e sussurada as três da manhã. Ela se sentia sufocada, invadida, frágil. Sem defesas. E nunca suspeitou que falasse enquanto dormia. Quando acordou encarou a cama vazia.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Verme

Entre dois caracteres quaisquer (nada poético como A e Z , na verdade estamos falando do espaço entre D e F) sob a luz de lampadas fluorescentes, instaladas lado a lado num mesmo quadro espelhado de forma a aproveitar toda luz possivel, sento com um amigo.

- O Verme vai te pegar.- Ele pega todo mundo eu sei.- Então por que você corre dele?- Eu não sei fazer outra coisa.

O chão está coberto de um fuligem estranha,seca, cheira estranho. Não temos bancos meu amigo e eu. Sentamos no chão. O chão é artificial. As nuvems, se é que posso chamá-las assim, passam tão rápido que não posso distingui-las. É como se o sol piscasse. A cadencia é irregular, varia de acordo com o fluxo do texto. Relaxante.

- O Verme não faz distinção.
- Ok. E daí. Eu só quero continuar correndo. Correr como nunca. Fugir com propósito.
- O Verme vai te pegar.
- Você me odeia né?
- Não, só acho que você desperdiça seu tempo, você fica aí, sentindo, cheirando, prestando atenção. Criando conceitos. Definindo paradigmas até. Por que? O Verme vai te comer. Voce quer ser uma carne mas valorizada?
- Acho que ao contrário. Quero ser uma carne dura. Musculos. se eu ficar parado, serei carne macia.
- Voce nem é carne. Voce é osso, tendões e articulações. Miolo.
- Eu tenho um propósito.
- Bobagem.
- Eu tenho sonhos.
- Mentiras.
- Eu tenho amigos.
- O rebanho.
- Eu crio
- Voce copia.
- Eu penso.-

É, e daí.
- E dái??
- É, E daí?

- Eu penso! Eu entendo! Eu lembro! Eu sou!

- E depois.
- Depois o que?
- Depois, voce não pensa, não entende, não lembra. Depois, Voce não é
.- O Verme vai me comer.
- Vai.

Olho pras minha mãos e elas tem a mesma coloração da fuligem no chão. Elas são a mesma coisa. Eu sou a fuligem.

- Voce é pele morta.
- Não.
- Você é pele morta.
- Não.
- Você é pele morta.
- Não.

Nenhum galo cantou.

- E você, Quem voce é ? Você sabe meu destino, voce sabe o que eu sinto, você arrancou tudo, olha aqui, sou pele sem dono, sem propósito, sem vida! Eu não sou.

- Eu sou o verme.


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Waiting...
Waiting...
Waiting...

Vonnegut Genesis'

He asked what relatives of mine had been wounded in wars. As far as I knew, only one. That was my great-grandfather Peter Lieber, an immigrant who became a brewer in Indianapolis after being wounded in one leg during our Civil War. He was a Freethinker, which is to say a skeptic about conventional religious beliefs, as had been Voltaire and Thomas Jefferson and Benjamin Franklin and so on. And as would be Kilgore Trout and I.
I told Trout that Peter Lieber's Anglo-American company commander gave his men, all Freethinkers from Germany, Christian religious tracts for inspiration. Trout responded by giving his own revision of the Book of Genesis.
Fortunately, I had a tape recorder, which I turned on.

"Please stop eating and pay attention," he said. "This is important." He paused to press the upper plate of his false teeth against: the roof of his mouth with the ball of his left thumb. It would come unstuck again every two minutes or so. He was left-handed, as was I until my parents made me switch, and as are my daughters Edith and Lily, or, as we call them affectionately, Edie Bucket and Lolly-boo.
"In the beginning there was absolutely nothing, and I mean nothing" he said. "But nothing implies something, just as up implies down and sweet implies sour, as man implies woman and drunk implies sober and happy implies sad. I hate to tell you this, friends and neighbors, but we are teensy-weensy implications in an enormous implication. If you don't like it here, why don't you go back to where you came from?
"The first something to be implied by all the nothing," he said, "was in fact two somethings, who were God and Satan. God was male. Satan was female. They implied each other, and hence were peers in the emerging power structure, which was itself nothing but an implication. Power was implied by weakness."

"God created the heaven and the earth," the old, long-out-of-print science fiction writer went on. "And the earth was without form, and void, and darkness was upon the face of the deep. And the spirit of God moved upon the face of the waters. Satan could have done this herself, but she thought it was stupid, action for the sake of action. What was the point? She didn't say anything at first.
"But Satan began to worry about God when He said, 'Let there be light,' and there was light. She had to wonder, 'What in heck does He think He's doing? How far does He intend to go, and does He expect me to help Him take care of all this crazy stuff?'
"And then the shit really hit the fan. God made man and woman, beautiful little miniatures of Him and her, and turned them loose to see what might become of them. The Garden of Eden," said Trout, "might be considered the prototype for the Colosseum and the Roman Games."

"Satan," he said, "couldn't undo anything God had done. She could at least try to make existence for His little toys less painful. She could see what He couldn't: To be alive was to be either bored or scared stiff. So she filled an apple with all sorts of ideas that might at least relieve the boredom, such as rules for games with cards and dice, and how to fuck, and recipes for beer and wine and whiskey, and pictures of different plants that were smokable, and so on. And instructions on how to make music and sing and dance real crazy, real sexy. And how to spout blasphemy when they stubbed their toes.
"Satan had a serpent give Eve the apple. Eve took a bite and handed it to Adam. He took a bite, and then they fucked."

"I grant you," said Trout, "that some of the ideas in the apple had catastrophic side effects for a minority of those who tried them." Let it be noted here that Trout himself was not an alcoholic, a junkie, a gambler, or a sex fiend. He just wrote.
"All Satan wanted to do was help, and she did in many cases," he concluded. "And her record for promoting nostrutms with occasionally dreadful side effects is no worse than that of the most reputable pharmaceutical houses of the present day."


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Vonnegut in Timequake

terça-feira, 21 de julho de 2009

Pano com alcool na garganta.

O Pai chacoalhava energicamente uma vareta amarela. A mãe na cozinha fervia agua para o chá. Chá mate, com meio limão e adoçado com mel. O Pai ainda chacoalhava a varetinha. Fazia tão rapido que dava pra escutar do sofá um vum,vum. O termometro cortava o ar. Vum Vum. Cof Cof. Respira filho. Uma xicará de chá expelindo vapor. Deixa esfriar um pouco. Cof,Cof . Vum Vum. Acho que já tá bom. É. Erga o bracinho. Isso segura bem apertado. Não deixa soltar não. Isso. Nossa ele tá bem quentinho né. Tá sim. Ó a mãe fez cházinho. Não faça essa cara. Esse é gostoso, não é o de boldo. Quer ver ó . Hummm. Cof cof. Vai toma um pouquinho. Isso, vai fica bom já, já. Eu sei filho, a garganta tá doendo, mas se você não tomar o cházinho voce não vai melhorar. Isso, seja forte. Acho que já dá pra tirar né? Dá sim. Humm.. 39. Vamos levar ele pro médico. Vamos? Eu acho que a gente devia dar um antitérmico pra ele, talvez um banho gelado, e um pano com alcool pra garganta.Cof Cof. Eu acho melhor levar no médico, mesmo. Pano na garganta é coisa da vó, Querida. Tá, vamos então. Filhão, vamos no médico tá? Não, não vai ter injeção não. Fica tranquilo.

Próximo!

Ok, mãe o que ele tem? Febre e uma tosse seca. Cof, Cof. E dor de garganta. Certo. Esperem um pouquinho que o Doutor já vai atender vocês. E então querida, será que demora? Não, não acho que somos os os próximos, viu filho, o médico já vai te atender.

André!
Aqui, aqui.


Então o que tá acontecendo com o André? Tosse seca, Dor de Garganta e febre. Tem catarro? Não. Vomito ou diarreia? Não. Senta ele na maca aqui. Isso. Quantos anos voce tem André? Cinco? Muito bem. Agora dia Ah! pro tio. Hm. Ok Agora vira a cabeça isso. Certo. Mãe abre a camisetinha dele ? Ok. Respira fundo André. Isso . Denovo. Denovo. Denovo. Isso. Ok. Agora. Isso. Ok. Então, o André tá com uma infecção na garganta. Eu vou receitar uma anti-térmico pra ele. O Novalgina. Voce vai dar uma dose a cada 8 horas. Isso. Se a febre dele subir demais voce pode dar um banho frio nele. Pra garganta , voce pode enrolar um pano com alcool pra diminuir o inchaço. E fazer gargarejo com agua e sal. Obrigado Doutor. Disponha!
E a vó tava certa né? O quê ? A vó. Como assim? Ela colocava pano na garganta com alcool. Ah sim. Não sei o que acontece, a gente sabe a solução, sabe o que tem que fazer. A solução é algo carola como pano com alcool na garganta, ou , se cada um fazer a sua parte tudo vai ficar bem. Querido, não to te entendendo. Pensa , a gente ia colocar o pano nele antes da consulta. Sim. Por que a gente não colocou ? Não veja por esse lado querido. A gente tava preocupado com ele, a gente só queria ter certeza. Sim, eu não acho que a gente tenha feito algo errado. Só pensando, eu queria ser um pai tão bom quanto meu pai foi pra mim. E eu sei o que fazer. Pano de alcool na garganta. Credo. Todo mundo sabe isso, mas todo mundo ignora. Credo. Como pode né, todo mundo sabe e todo mundo ignora, por que não é moderno e tecnológico o suficiente. Querido, to com sono. Vou dormir tá? Tá.


Cof, cof.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Annie are you ok ?

Annie are you okay ? Are you okay Annie? Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?Annie are you okay ? Are you okay Annie?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Paquita

Eu achava a Xuxa um barato. Ela chegava numa nave espacial (que mal saia do lugar) e usava roupas coloridas. Eu nunca quis ser a Xuxa. As meninas pelo que me lembro, queriam ser Paquitas. Usar aquele farda cheia de coisinhas brilhantes e dançar. Vi a estréia de Rei Leão, depois vi Pocahontas, que é uma merda. Eu via caçadores de dragões,Krull, Willow e Star Wars. É fácil se livrar desse tipo de ilusão, quando não existem dragões,magica e tudo mais. Você cresce e tenta fazer outras coisas. Minhas amigas não. Elas amadurecem mais cedo né? Os hormônios gritam e esculpem formas, a perna se torna obscena da noite pro dia. Largam as bonecas e o joguinho de chá. Largam tudo exceto querer ser Paquita. O Palco da Xuxa vira a Coluna do Lessa na Gazeta. Festas de 15 anos monstruosas, cavalos, uma noite de princesa. Depois desse êxtase, a ilusão cai por algum tempo, até que surge festa de casamento, 30 mil reais - "Eu sonho com meu casamento desde sempre!!" . Que lindo mais um momento perfeito. Aí vem um casamento. Pessoas bem sucedidas! Nenhuma magia. Os últimos feitiços que sobram na mão da Paquita são: trair o marido? Ter filhos? Filhos? Que lindo 9 meses. Barrigão. "Que linda você grávida !" Nasceu. E a mulher chora: "Minha filha. Minha filhinha! A realização da minha vida. Que orgulho eu vou ter ( quero ter, desesperadamente) de você!!". Os olhos e o nariz da Mamãe, o cabelo do papai. A insegurança, o desespero, e as ilusões dos dois. Não é tão simples. Você, a mãe, paga uma plástica, remover um pouquinho do osso do nariz dela (o seu nariz) que ela (e voce) odeia tanto. A operação é financiada. Custa 7 mil. 11% a.a. Em 3 anos. Você paga, claro que paga.Voce quer que ela goste do próprio rosto. Você descobre ao ler o diário secreto dela, que é publicado no blogspot, que ela está namorando. Você se assusta, respira fundo. Deve ser assim que são as coisas hoje em dia. Você se assusta ao ver ela chorando baixinho na cama. Você imagina coisas horríveis. O tempo todo. Você insiste em levá-la no ginecologista. Ela se nega. Você tenta conversar com ela sobre sexualidade. Ela ignora. Você desiste. Ela cresce. Você paga a festa de debutante dela. A festa é linda. Você observa de longe, ela pensa que você já foi embora. Ela vai pra um canto do salão, você vê um garotinho bem apessoado , disfarçadamente, colocar a mão sob a saia dela. Você fica vermelha. Fica com raiva, caminha a passos largos quase correndo na direção dela. Você já ensaia os gritos, vai bater nela, vai castigá-la. Você vê a expressão dela, ela fecha os olhos. Ela está gostando. Você congela. Fora de seu disfarce prestes a estragar a festa perfeita. Você corre de volta pro seu esconderijo. Você pensa em contar isso pro seu marido. Você desiste. Ela leva o mocinho pra um salão fechado anexo ao salão da festa. Só você vê ela entrando. Você espera. Depois de 25 minutos dolorosos, já são 3:48 da manhã, você vê a menina , a sua menininha saindo. Ela caminha despreocupada em direção ao banheiro. Você corre até aquele salão maldito, reza, pra não encontrar aquela peça de latex com um nózinho na ponta. Você não encontra. É facil reconhecer as marcas no pó. o chão ainda está quente e molhado. Doze horas depois e sem dormir, você invade o quarto dela com um coquetel hormonal chamado de : "pilula do dia seguinte". Você tenta ser uma mãe moderna. Sua filha percebendo que não existe mais segredo, aceita, finalmente ir ao ginecologista. Ele adverte a menina. Você se tranquiliza. Passou. Ela mantem relações regulares, você já permite que essas aconteçam na sua casa, com a devida precaução. Ela entra na faculdade. Ela se casa. Ela tem um ótimo trabalho, 34 anos e não quer ter filhos ainda. Você morre. Ela sente muita falta sua, e sente finalmente vontade de constituir uma família. Ela para de tomar anticoncepcionais. Tenta por 6 meses ter um filho. Não dá certo. Apela finalmente pra um tratamento hormonal. Engravida. Aborta na terceira semana. Ela vê o tempo passando, sua vida acabando (apenas 35 anos!). O mundo perde uma cor inteira. Ela espera. Sete anos depois, ela engravida naturalmente. Seria a redenção? No segundo mês ela tem um sangramento, está agora na cama, recomendações médicas. "Só levante pra ir ao banheiro, você perdeu muito sangue já, se você sangrar denovo, sua vida vai estar em risco, bem como a do bebe. Ela tem medo, ela se sente incapaz, ela se odeia, ela odeia o marido, e sobretudo ela ama você, e sente muito a sua falta. Ela vê tudo o que aconteceu, ela teoriza sobre a vida, ela quer ter uma filha pra fazer tudo diferente. Ela acha que não vai conseguir. O marido está no trabalho, ela está deitada. Ela troca de canal a cada 2 minutos. Dói um pouco. As costas doem também. Ela troca de travesseiro. Pensa em virar de lado, no que ela se prepara para virar ela lembra da sua condição e continua parada. Ela sente as costas dela formigarem bem de leve. Ela jura que não é nada. Ela quer ir ao banheiro. Ela ignora. Liga pro Marido. O telefone toca uma, duas três vezes, um bip, e a mensagem. "Liga pra mim ?" Ela precisa muito ir ao banheiro mas ela não tem coragem de se levantar. Ela fecha os olhos, e lembra que pode rezar. Pai nossos, aves Maria. "Deus protege o meu filho". Ela sente , bem de leve, algo molhado escapando. Ela imagina que devia ter ido ao banheiro. - E se for sangue? Ela lembra que entre o bebe e a mãe, os médicos sempre salvam a mãe. Ela se encolhe, lentamente leva um dedo até lá, ela toca, é molhado. Molhou a cama. Ela sente um cheiro estranhamente familiar, as suas panelas de ferro , que você usava pelo menos uma vez na semana. Ela fecha os olhos novamente, ela não tem coragem de levantar aquela mão e ver o que é que sujou a cama. Ela pensa em se levantar, já está escuro. Com a outra mão ela tenta alcançar o abajur, sem se levantar. Quase. O dedo raspa no interruptor. Ela escuta os passos do marido. Ele já chegou? Já é Noite. "Querida ?" Os passos se aproximam, ela está suando muito. O interruptor está ainda inalcançável. Ela poderia fingir que está dormindo. Mas ele poderia ver a mancha no colchão. Ela pensa em pedir pra ele não entrar, mas a porta finalmente se abre. Paquitas? Faz tempo que não vejo elas. Devem estar lá de alguma forma, eu imagino. Elas não tem mais nome. "Mamãe eu quero ser aquela moça ali no fundo!"

Não funciona.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

E se eu disser que aconteceu comigo?

K3yL0gg3R v1.6x - Anthrax Group - http:\\warez4evah\
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*** Fucking the internets since 1999***
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Time: [04/07/2005 4:03 PM] Window: Desktop
Windows logon event logger. User ID: CAMILA

Time: [04/07/2005 4:04 PM] Window: Google - Microsoft Internet Explorer

Time: [04/07/2005 4:04 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer
camilinha_pr_23
mariah1234

Time: [04/07/2005 4:05 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer
Inbox (16)

Time: [04/07/2005 4:05 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer
to: jessica_ppr2_84@hotmail.com
Je, to na casa do Arnaldo. Tenho um trabalho pra fazer mas meu comp
em kasa ta com problema. Me manda os arquivos? Bjos :*

Time: [04/07/2005 4:07 PM] Window: Windows Messenger Logon
gatinha_18pr@hotmail.com
tezaum1234

Time: [04/07/2005 4:07 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer
to: arnaldo_tl_82@yahoo.com.br
Amor, já cheguei. Obrigada! Se eu precisar de ajuda no
word, te ligo tá? Te adoro muito muito muito!

Time: [04/07/2005 4:09 PM] Window: ""Jessica - A vida é cheia de surpresas"" - Conversation
Tu tá aí amiga. Te mandei e mail. Me manda os arquivos da aula.
Não, to na casa do Arnaldo. Ele me emprestou o computador.
Sim, eu sei.

Time: [04/07/2005 4:12 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer
to: marcinhapk@gmail.com
Olá. Tudo certo pra amanhã? Vê se não vacila viu? Beijo.

Time: [04/07/2005 4:13 PM] Window: ""Jessica - A vida é cheia de surpresas"" - Conversation
Olha, vou levando enquanto der. Na real, pra mim tá tudo ótimo.

Time: [04/07/2005 4:18 PM] Window: Document 1 - Microsoft Word
Curitiba, 5 de abril de 2009
A importância do marketing de relacionamentos na pequena e média empresa
Gestão de negócios

Time: [04/07/2005 4:19 PM] Window: ""Jessica - A vida é cheia de surpresas"" - Conversation
Se você acha… :)
Eu to bem, e é isso que importa.

Time: [04/07/2005 4:19 PM] Window: Chat Terra - Login - Microsoft Internet Explorer
gatinha_18pr
tezaum1234

Time: [04/07/2005 4:19 PM] Window: Chat Terra - Microsoft Internet Explorer
Alguem afim de foda? To molhada e quero pau

Time: [04/07/2005 4:21 PM] Window: Chat Terra - Microsoft Internet Explorer
Alguem afim de foda? To molhada e quero pau

Time: [04/07/2005 4:22 PM] Window: ""Jessica - A vida é cheia de surpresas"" - Conversation
O que voce colocou na introducao? To sem ideia

Time: [04/07/2005 4:32 PM] Window: Chat Terra - Microsoft Internet Explorer
Oi. morena, 1,73m, 62Kg, seios grandes e boquinha quente
hmm… muito bom
solteira, e vc?
Não me importo
tem local?
To só de calcinha

Time: [04/07/2005 4:32 PM] Window: ""Orlando - Me dê motivos para não sonhar"" - Conversation
oi tudo bem e vc?

Time: [04/07/2005 4:33 PM] Window: Chat Terra - Microsoft Internet Explorer
Vou estar ocupada hoje ate as 9 e meia. Tem como me pegar?

Time: [04/07/2005 4:33 PM] Window: ""Orlando - Me dê motivos para não sonhar"" - Conversation
lembro sim gatinho.

Time: [04/07/2005 4:35 PM] Window: Chat Terra - Microsoft Internet Explorer
você e seu amigo? Nossa, nao sei se aguento
tá. To aqui no alto da xv. Te espero lá.

Time: [04/07/2005 4:36 PM] Window: ""Orlando - Me dê motivos para não sonhar"" - Conversation
ah, foi legal sim. Voce me chupo gostoso.
como assim?

Time: [04/07/2005 4:37 PM] Window: Chat Terra - Microsoft Internet Explorer
Do lado do banco do brasil sabe?
Tá. Vou estar de saia e casaco marrom.

Time: [04/07/2005 4:37 PM] Window: ""Jessica - A vida é cheia de surpresas"" - Conversation
Ai.. To sem saco de fazer o trabalho

Time: [04/07/2005 4:37 PM] Window: ""Orlando - Me dê motivos para não sonhar"" - Conversation
Eu sei gatinho, mas pra mim não significou nada… pensei que você tivesse entendido

Time: [04/07/2005 4:37 PM] Window: Chat Terra - Microsoft Internet Explorer
me passa teu telefone
tenho que ir. Até depois

Time: [04/07/2005 4:38 PM] Window: ""Orlando - Me dê motivos para não sonhar"" - Conversation
não fica triste. Tenho que ir

Time: [04/07/2005 4:38 PM] Window: ""Jessica - A vida é cheia de surpresas"" - Conversation
amiga, to indo. Té depois

Time: [04/07/2005 4:38 PM] Window: Document 1 - Microsoft Word - Salvar como

Time: [04/07/2005 4:38 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer - logout

Time: [04/07/2005 4:38 PM] Window: Desktop
Windows logon event logger. Logoff

Time: [04/07/2005 5:10 PM] Window: Desktop
Windows logon event logger. User ID: ARNALDO

Time: [04/07/2005 5:10 PM] Window: Gmail - logon - Microsoft Internet Explorer
arnaldo_tl_82
camila012983

Time: [04/07/2005 5:12 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer
to: camilinha_pr_23@gmail.com
Oi amor. Vi teu email agora. Conseguiu fazer o trabalho? Beijo, também te adoro!

Time: [04/07/2005 5:17 PM] Window: Gmail - Microsoft Internet Explorer
to: fernandatl81@gmail.com
Oi irmã. Sério? Que horrível saber disso. Eu sempre soube que ele não
prestava. Desculpa falar isso só agora, mas é que eu não gosto de ficar
me metendo nesses assuntos. Mas que bom que o programinha funcionou.
Eu instalei aqui também mas é só pra ver se funciona mesmo.
Passa pras tuas amigas. É bem fácil de usar né? Depois te ligo. Beijos e se cuida!

Time: [04/07/2005 5:18 PM] Window: Windows Explorer - C:\Arquivos de Programas\H4ck3L0g\Logs\

Time: [04/07/2005 5:18 PM] Window: Notepad - ""07Apr05.log""

Time: [04/07/2005 5:33 PM] Window: Desktop
Windows logon event logger. Logoff

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mercado M

De todas as regras do Mercado M a mais ridícula é essa:

Nenhum funcionário deverá sentar-se, quando fora de serviço nas cadeiras do supermercado.

Regra essa inventada por Seu Judas Tadeu, o chefe.

Sendo assim os três funcionários regulares, se espremem sobre a caixa de concreto de finalidade discutível, próximo a grade do mercado. A rua é muito movimentada, flui num sentido só, em volta só existem restaurantes baratos e prédios corporativos.
- A vida é simples. Torna-la complicada é nossa mania. Tudo é muito simples. Nascemos, rimos, amamos , morremos. Quem ou o que nos cruza o caminho nesse processo é coincidência.Principalmente nesse mercado.
- Por que você acha isso? Você é tão triste! Diz Verônica que está sentada a direita.
Do outro lado Aline suspira, enquanto meio deitada se encosta no ombro esquerdo de Jonas.
- Acho que nunca vamos sair disso. – Continuou Jonas.
- Tá chegando o inverno. – Respondeu Verônica encarando um carro que tentava estacionar.
- Depois vem a primavera e o verão, e ainda estaremos aqui.
Aline suspira novamente enquanto se ajeita.
- Acho que você tem que se animar Jonas, vamos lá! Quando é seu aniversário?
- Junho.
- Que dia?
- Não importa.
- Credo, hoje você está muito mal humorado. Condenou Verônica.
- A gente podia fazer algo.Que tal. Pegamos óculos, uma peruca. E vamos fazer compras no M. - sugeriu Jonas.
- E se nos descobrirem?
- Não é crime comprar coisas no mercado onde a gente trabalha.
- Por que os disfarces? Perguntou Verônica com a mão na cabeça.Coçava devagar uma ferida imaginária no alto da cabeça.
- Vocês não entendem ? Todo dia todo mês damos duro aqui, servimos todo mundo, sorriso no rosto. Tratamento de rei. Mas hoje nós seriamos reis! Imagine, até o chefe ia sorrir pra gente!
- Talvez dê certo, mas quando? Chegamos quando o mercado abre e saímos quando o mercado fecha, nossa único intervalo são esses 15 minutos. E o tempo passa tão depressa!
Jonas buscou o celular em seu bolso,atingindo sem querer Aline, nada demais. Só um empurrãzinho. Ela voltou a se encostar tão logo Jonas apanhou o celular.
- Temos 10 minutos.
Levantaram se então, correram pro mercado e apanharam uma cesta. Setor de vinhos – Bodegas Del Fin Del Mundo – 80% Cabernet Sauvignon 20% Malbec , Smirnoff, Pitú, refrigerantes. Outro corredor, arroz Tio João, farinha de trigo 5KG, óleo de milho, óleo de soja e óleo de semente de girassol.Velha coça a barriga e encara um lata de pepinos em conserva, milho, ervilha, azeitonas – Odeio Azeitonas . No proximo corredor, queijos, presunto,salame. No ultimo maçã, laranja, carambola – credo!- melancia. Caixa, fila, produtos para escolhas de ultima hora.Jonas pegou uma latinha de refrigerante e um pacote de bolacha. Verônica escolheu um pacote de amendoin enquanto Aline pegou um bombom. Não havia tapete vermelho

É a nossa vez.

O que voces estão fazendo aqui?
Compras ué? Somos clientes também.
Certo, certo.

De volta ao banco improvisado de concreto, Veronica indagou:
- Tá se sentindo melhor agora? enquanto Aline abria o bombom e o enfiava inteiro na boca. Mal conseguiu mastigar a principio, na quarta mastigada, o bombom era irreconhecível.
- Não. Respondeu Jonas.
Já na oitava mastigada, Aline engoliu.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Atitude II

No corredor, com uma camiseta branca, calça jeans normalzinha, o cabelo agora sem corte, era ainda o mesmo, razoalvemente ordenado.Com o punho cerrado, e braços minguados, punia seu "namorado" com socos leves. Não que ele tivesse de fato feito algo que merecesse aqueles socos. Aqueles socos eram de brincadeira. Era uma maneira de mostrar afeto.E ao mesmo tempo não. Eles haviam brigado, sim, ela tocou aquele espaço imaginário, que um se ilude facilmente,chamando de inviolável. Espaço esse assinado por Walt Disney e forjado em Hollywood, entregue ao garoto quando ele tinha apenas 3 anos. Entregue? O coitado engoliu junto com sua papinha, como tempero, um suprimento vitamínico, que promete deixar seu filho mais forte. Mais forte? Cultivando no pobre menino uma caixinha, de dimensões imaginárias que ninguem pode tocar. Verdades indeléveis. Até que aquela mocinha que voce tanto gosta,rasga a caixa, enfiando aqueles dedos meio gordos e morbidamente brancos no interior.Dedos que tateam e não encontram nada.Exceto a furia do violado que como programado, saiu abruptamente deixando a garota sozinha.Três dias se passaram e ali eles estavam, fazendo as pazes, deixando tudo de lado. O garoto, no processo, encolhe sua caixa inviolável.Para que aqueles dedos não mais o violem da mesma maneira. Ele se julga mais preparado, evoluiu. E ela continua acertando lhe os socos gentis
- Seu bobão.
Os socos tão leves que as vezes nem tocavam o corpo do pobre garoto, puniam-o pela sua traição.Socos fajutos. Quem bate e quem se encolhe?


_______________________
Atitude I

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Excerto

- Se ajeite que já está na hora.
- Onde vamos, Pai?
- Vamos no funeral.
Palavra nova: Funeral. O Carro ligou, o Pai fez o caminho da escola até o morro, aí ele virou e foi reto, virou denovo a esquerda e parou.
- Chegamos filho.
O lugar era bonito, o teto era muito alto, e pedurado tinha umas argolas cheias de lampadas, tinha um jardim, bem pequeno, mas sem nenhuma flor, só tinha grama. O pai pediu informações, as pessoas estavam de preto. O pai foi reto num corredor, e virou a direita na terceira sala, como o homem tinha dito. A sala tinha sete pessoas, apenas uma mulher e apenas uma criança. No centro da sala, uma mesinha com uma caixa de madeira branca. Do lado umas velas e um buquê enorme de flores. Muito maior do que os que o Pai manda pra mãe as vezes, flores amarelas e brancas, e um papel colorido com um pouco de purpurina escrito “Saudades”. O pai chegou perto da caixa e olhou ali dentro, tinha uma menina com uma cabeça muito grande, torta, muito feia.
- Pai o que acontec...
- Shh!
O Pai foi até a mulher e disse:
- Meus Pêsames.
Palavra nova: Pêsames. A mulher agradeceu (?). O pai disse:
- Vamos fazer uma oração?
As pessoas murmuraram. Depois se levantaram e deram as mão como que para brincar de ciranda, mas envolta da caixa branca.
- Senhor Jesus, estamos aqui reunidos em teu nome, para pedir que acolha no seu meio, junto com os anjos e santos a alma de
O Pai fez uma pausa, segurando a mão de seu filho que segurava a mão de um velho que fedia estranho.
-Amélia. Completou alguem antes que se perguntasse.
-Amélia. Esta que pura como criança há já de estar entre os seus. Pai nosso...
Ao dizer Pai nosso, todas as pessoas começaram a falar, com uma voz arrastada. O velho apertava a pequena mãozinha que ele segurava.
- que estais no céu, santificado seja vosso nome, assim na terra como no céu, perdoais os nossos pecados , assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal, Amém.
O pai retomando o controle.
- Ave Maria...
- Cheia de graça, senhor é conosco.
A mulher cai de joelhos e começa a chorar. Ela diz:
Por que? Por que?
O Pai não quis mudar a oração, mesmo com ela chorando daquele jeito. E enquanto a oração continuou seu filho começou a examinar as paredes ignorando o coral e o choro. Nas paredes haviam grandes placas de metal com nomes – Familia Demeneck, Familia Benetti, Familia Souza, Familia (Não dava pra ler porque o buquê tava na frente) e embaixo do nome da familia tinha uma alça, como se desse pra puxar aquela placa, como se fosse uma gaveta.
- Amém.
- Deus, confortai os entes queridos que ficaram e proteja-os do mal. A mulher abaixou a cabeça. Santo Anjo! Mandou o Pai novamente. Desta vez o menino acompanhou forte, por que era a cantiga de ninar.
- Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se ati me confiou, a piedade vina sempre me rege, me guarde, governe, ilumine, Amém.
Ficou tudo muito quieto, o velho largou a mão do menino. A menina que tinha a cabeça inchada tinha algodões enfiados no nariz, na testa dela dava pra ver linhas mais escuras, como se alguem tivesse desenhado com um lapis b2. A testa dela tinha uma metade maior que a outra, parecia que a bola que estava ali dentro estava tentando sair pela esquerda. A boca dela tava meio aberta, ela tinha um corte feio no labio. O Pai ficou ali em silencio por varios minutos. Duas pessoas se levantaram e sairam da sala. O Pai comprimentou a mulher novamente e saiu. Quando o Pai dobrou o corredor os dois homens que tinham saido estavam conversando, com um copo de café na mão. Na outra mão um sanduiche.
- Tô com fome, Pai.
- A gente já chega em casa, filho.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Hedonismo vingativo, Revolta interior e Luz azul

AVISO!
Se tiver estômago fraco, não LEIA!
Mas é claro que você vai ler...

3º - Lorena
Foi minha namorada quando eu tinha 37, depois de quase 8 anos de solteirice. Ela foi especial para mim naquela época, já que conseguiu me tirar da vagabundagem. Ela era contadora como eu e nos conhecemos na orgia semanal do Cabral. Que saudade! Ela havia chegado há pouco aqui na megalópole e ainda estava procurando lugares pra se divertir. Sem querer ela escolheu começar pela periferia, pensando que seria mais ameno. Coitada, acabou dando logo de cara com indivíduos como eu. Coitada nada, era o que a piranha queria mesmo. Mas se fosse um vadia qualquer eu não estaria me dando o trabalho de escrever sobre ela aqui. Vamos aos fatos: Lorena era religiosa, monoteísta. Ainda criança, viu-se de repente numa sacristia sendo lambida da cabeça aos pés por uma freira gorda, feia e forte. Decidiu naquela idade que Igreja era errado, muito errado. Não teve coragem de abandonar a crença até pouco tempo atrás. Mas, quando isso aconteceu, foi uma revolução. Eu a chamava de hedonista vingativa. Ela sentia que tinha o dever moral para com a humanidade de sentir prazer todo e a qualquer momento que era possível. Também possuía uma inclinação para profanidades. Um dia ela revelou que havia convidado um negão pra transar no altar de uma igreja adventista perto da casa dela. O negão a enrabou em todas as posições possíveis, dentro do pentagrama negro desenhado por ela mesma, enquanto ela se lambusava inteira com sangue e entranhas de carneiro. Foi mágico, segundo ela. Comigo foi um pouco diferente. Ela havia decidido que já havia utilizado Jeová o suficiente e gostaria de subverter outro tipo de Deus. Escolheu Alá. Nossa melhor experiência, e a que mereceu esta medalha de bronze, foi num dia quente de fevereiro. Um dia ela chegou lá em casa com uma pequena maleta e um saco com muitas coisas dentro. Tirou sua roupa e me disse para fazer tudo o ela pedisse. Estendeu uma lona de plástico na cama e por cima colocou várias pedras pequenas. Deitou-se de barriga pra cima e abriu bem as pernas. Delicadamente abriu a maleta e me entregou uma agulha consideravelmente grande e linha. Pediu para que eu a costurasse, da mesma forma que alguém pede para outra pessoa trazer uma toalha ou um copo de água. Fiquei de pau duro na mesma hora. Ponto a ponto, fui costurando cada centímetro daquela boceta deliciosa. Banhada em sangue, inchada, num tom roxo meio azulado, parecia uma pequena beringela amassada. Depois de terminado o trabalho, ela me entregou uma tesoura para que eu cortasse uma pequena abertura entre o emaranhado de fios. Por essa abertura, começou a minha participação efetivamente. Nos entregamos àquele frenesi caótico de dor, prazer e desespero. Por fim, removi todas as linhas com a tesoura, arrancando gemidos guturais a cada ponto retirado. Seu rosto brilhava e refletia pura paz e compaixão. Com ternura digna de uma mãe, ela desenhava com sua unha afiada uma imagem na sua própria carne, na altura da barriga. Quando perguntei o que significava, ela respondeu: Maomé.


2º - Suelen
Conheci na internet, num daqueles sites obscuros que quase ninguém acessa. No underground do underground. Onde responder "sim, tenho mais de 18 anos" não basta. Você só chega lá se for indicado por alguém. Marcamos de nos conhecer na margem da lagoa. 5 minutos depois estavamos a cometer aberrações sexuais num banheiro público imundo ali perto. Me apaixonei naquele mesmo instante. Gosto de mulheres objetivas. Suelen era médica, neurologista. Gostava de imaginar que uma cientista dos sentidos seria a pessoa ideal pra me mostrar as melhores formas de estímulos que existem. Não errei! Durante meses nos encontramos diariamente para fazer coisas que muitos profissionais achariam impossíveis. Neste tempo, percebi algo diferente no jeito de Suelen. Ela parecia meio aérea, meio desprendida do mundo. Num dia qualquer, depois de uma trepada histórica, ainda no êxtase, resolvi perguntar se algo havia acontecido com ela. Depois de me chamar de "aproveitador imundo", ela explicou que ela era daquele jeito por causa de uma infecção generalizada que danificou parte do seu cérebro. Desde então, ela se tornou menos apegada às coisas que geralmente as pessoas normais se apegam. "O que interessa é viver", ela falava. Um dia, o dia que mereceu a medalha de prata, fui buscá-la no hospital. Chegando perto de casa, ela me perguntou se eu gostaria de experimentar algo que mudaria meu modo de ver o mundo. Assenti com a cabeça, ao mesmo tempo que tinha uma ereção homérica. Dirigimos durante mais de duas horas pra chegar numa velha fazenda suja e mal cheirosa. Chegando lá, Suelen cumprimentou uma senhora velha, feia, gorda e incrivelmente suja. Sem muitas amenidades, as duas acertaram um preço (barato) e a velha nos convidou para ir a um cômodo nos fundos da casa. Quinze minutos depois voltamos, e o que aconteceu eu só poderia descrever como absolutamente repugnante. Podem me chamar de egoísta, mas eu gostaria de ter participado daquilo. Tudo o que eu fiz foi ficar olhando enquanto as duas apresentavam aquele show gastro-intestinal de horrores. Naquele dia descobri que Suelen não só era chegada numa cropofagia mas também era particularmente interessada em mulheres de meia idade com sérios problemas de higiene. Como eu disse, foi uma pena eu não ter sido autorizado a participar. Depois de tudo aquilo, a velha foi na cozinha e voltou com um pedaço de carne fresca, aparentemente de porco. Algumas horas depois chegamos em casa e Suelen foi preparar o jantar. Para ela, um pedaço de carne ainda cru, levemente aquecido. Para mim, um belo bife bem passado, preto como carvão. Não comi. Suelen cortava e se deliciava com os pedaços de carne, como se fossem iguarias francesas. Fomos para cama e não se falou em sexo. Continuamos no celibato por mais dois meses. Minhas mãos e meu cacete sofreram enormemente. Enfim, chegou o dia. Fomos jantar, como o de costume. Ao fim, terminei minha taça de vinho e Suelen despejou num pequeno copo de licor uma ampola que parecia conter algum tipo de medicamento. Pediu para que eu aguardasse. Cinco, quinze, vinte minutos. A espera era enlouquecedora. Eu sabia que o momento que mudaria o meu modo de ver o mundo se aproximava, mas não fazia idéia do que seria. De repente, ela se levantou da cadeira. Seu olhar estava petrificado. Seus olhos, vermelhos, escorriam em lágrimas. No fundo daquele semblante de agonia, se escondia algo que eu claramente conseguia identificar. Era o prazer da dor. Caída no chão, com suas mãos no abdomen, Suelen gemia longamente mas não gritava. Levei-a para cama e a despi. Ela estava branca, suava muito e ardia em febre. Então, como se sua própria alma clamasse por alívio, ela gritou desesperada: "Come o meu cu, agora, porra!". Não hesitei nem tive dó. Meti sem passar nada. Ela não gemeu mais do que já estava gemento. Enquanto eu a enrabava loucamente, ela me olhava chorando, com ternura nos olhos e falava: "isso é pra você, meu querido". De repente, senti algo estranho. Era como se seu intestino estivesse se revirando. Senti dor na ponta do pau. Ela gritou: "Não tira!". Não tirei. A dor era como se minúsculas abelhas estivessem me picando ao mesmo tempo. Congelei de medo e de tesão. Minhas pernas tremeram mas continuei firme. Ninguém se mexia. Era somente nossa dor, nosso momento. Tinha a sensação de que suas entranhas fervilhavam, como se tivessem resolvido se rebelar contra todo o resto. Senti cócegas, como se milhares de pequenos tentáculos chicoteassem meu membro. O estímulo era tamanho que em alguns segundos eu já havia ejaculado. Era realmente uma experiência única. Caí para trás, no chão, tentando recuperar minha respiração, tamanho era o êxtase. Olhei para Suelen. Ela não se mexia. De seu cu, saíam milhares de pequenos fios brancos, enraivecidos pelo licor aperitivo de ascaricida. Era uma cena belíssima, uma pintura. Consegui ver as coisas de um jeito diferente desde então. Engraçado como coisas tão simples e comuns podem fazer você reavaliar os costumes e valores. O mundo me parece mas simples agora. Eu realmente acho que eu o vejo do jeito que deveria ser. Mas não do jeito que a Suelen via, de maneira nenhuma. No caso dela, foi um cisticerco alojado no lóbulo frontal esquerdo.



1º - Débora
A primeira coisa que pensei foi: que nomezinho feio. Parece xingamento. Ô sua Débora, pára com isso. Sou meio impulsivo às vezes. Pra mim, essa foi a impressão que tive e foi essa a impressão que ficou. Hoje me arrependo. Deveria tê-la aproveitado melhor enquanto ela era viva. Naquela época ela era só um buraco onde eu conseguia meter regularmente. Ela me amava, sem dúvida. Eu a detestava. Era isso que eu achava interessante nessa relação. Era poder, sem dúvida. Se eu pedisse pra ela comer o meu cocô, ela faria. Admito, ela fez e não gostou. Um dia explodi e terminei. Disse que o que mais me irritava é que ela me obedecia. Depois disso ela mudou. Mudou-se lá pra casa também. Espancá-la não resolveu. Só tornou as trepadas um pouco mais intensas. Ela gostava, a desgraçada. Era um jogo. Não sou um pivete, sei como essas coisas funcionam. No fundo, Débora é um poço de insegurança com um talento sobrenatural para o teatro. As coisas começaram a ficar realmente sombrias quando ela decidiu não aceitar meus argumentos. A cada soco que eu dava, recebia outros dois. Sim, já apanhei pra uma porra de uma mulher magra, bonita e fraca. Foi então que descobrimos a apnéia. Era lindo. O único problema era o pessoal da firma perguntando o que eram as marcas roxas no pescoço. Eram chupões estranhos, um pouco mais alongados. Eu dava aquelas desculpas machistas de sempre e todos caíam na risada. Acho difícil encontrar seres mais estúpidos do que homens casados com mais de 30. Enfim, Débora e eu costumávamos passar nossas tardes tranquilas de domingo entre estrangulamentos e sessões de espancamento. Ainda odiava ela, mas gostava de ser dominado. Falando sério, quem não gosta? Era uma mistura perfeita: falta completa de controle misturada com ódio fervente. Enquanto ela pisava nos meus ovos com um salto 15, o único pensamento que me vinha era de quantas maneiras diferentes eu poderia desfigurar aquele rostinho bonito com meus punhos. Até que durou bastante, mas não foi o suficiente. Terminei mais uma vez. Eu queria as aberrações de sempre e Débora era estranha, mas ainda normal pros meus padrões. No outro dia fui parar no hospital com uma faca cravada no braço direito. Duas semanas depois voltamos a nos falar. Débora havia invadido novamente minha casa, com uma pistola na mão. Chegamos num acordo bem simples: ela faria comigo algo que nenhuma outra mulher fez. Depois disso ela iria embora e nunca mais nos falaríamos. Topei. Chega uma época na vida que você olha pra trás e diz: quer saber, foda-se. Ela preparou o local com muito esmero. Essências de flores, velas e um cheiro suave de bolo de chocolate. De fato, havia um no forno. Pediu que me despisse e que deitasse na banheira com água morna. Ela também entrou e parecia pouco determinada a me afogar. De um local que não pude identificar, ela tirou uma navalha. Gelei, mas abraçei o capeta, literalmente. Ela passou a lâmina pelo meu rosto lentamente, depois pelo meu peito, arrancando alguns pêlos. Novamente, sensação de entrega. Não havia nada que eu pudesse fazer, exceto ter uma ereção explosiva. Ela percebeu e logo montou em mim. Tudo muito suave, com movimentos lentos. Eu, quase em transe, não percebi quando ela fez um corte longitudinal nos meus pulsos. Sem muito esforço, ela também havia cortado os seus. Eram cortes grandes, o suficiente pra tingir a água de vermelho em poucos segundos. Admito, senti medo. Mas parece que há uma reação pavloviana dentro de mim que me impede de reagir em situações assim. Pelo contrário, eu adoro. É mais ou menos como se, quando pequeno, alguém te ensinasse que sinal verde é parar e sinal vermelho é seguir. Então começamos a galopar violentamente. Água, sangue e secreções lavaram o chão do banheiro e dos cômodos anexos. Aos poucos comecei a me sentir fraco, enjoado. Ela também não parecia bem. Mas também sentia como se minhas entranhas congelassem, contorcessem, borbulhando de desejo. Meu coração cada vez mais acelerado pela falta de sangue e oxigênio, parecia só se importar em mandar sangue para a única parte do corpo interessada nele. Estávamos nós dois trêmulos, brancos e exaustos mas não havia como parar. Era um furacão. Algumas gozadas depois eu me entreguei. Minha visão estava negra e eu só conseguia ver alguns traços ensanguentados do rosto de Débora. A desgraçada, tremendo e tirando forças de algum lugar desconhecido, pegou a lâmina novamente e começou a rasgar minha perna direita. A dor monumental me fez acordar por alguns segundos e o que eu vi foi além da compreensão e merecedor da medalha de ouro. Vi uma luz azulada. Fiz um esforço extremo pra focar a imagem. Aos poucos um contorno feminino foi se formando. Era Débora, linda, magra e transparente. Estava nua, em cima de mim segurando uma navalha. Tinha um olhar tênue e complacente. Era extremamente luminosa e eu conseguia enxergar todos os músculos, artérias, ossos e órgãos internos. Mantinha-se com a postura ereta e firme, como uma rainha. Uma onda de tesão invadiu meu corpo moribundo. Então, após eternos dois segundos, falou em câmera lenta: "Que merda, esqueci o bolo". Acordei dois dias depois, num hospital psiquiátrico, num ataque de riso que quase me matou novamente.

Graphic meme


domingo, 12 de abril de 2009

23:47

... E eu simplesmente não podia ficar deixar de comer- quem era eu pra ficar magra quando eu não podia, digo, eles não podia ser magros – Eu me sinto responsável por isso, meus genes ruims, deixaram eles assim – sabe como é? Não, apenas quem é gordinho sabe o que é. Eles olham pra voce e sentem nojo, pensam – Olha que relaxada! Olha que porcona! Não pensam que talvez ela tenha problemas hormonais ou que talvez esteja nos genes dela ou que ainda ela se sinta bem assim. Eu resolvi então que não era isso que eu queria e iria dar o exemplo. E olha aqui (coloca as mãos na cintura) estou quase no meu peso ideal. Venha aqui, quanto voce tem de altura? Bom, voce então deve pesar 82. Voce pesa 81? Que bom não precisa emagrecer – Já seu irmão, tem que perder 4 e sua irmãzinha 12 – Ela não para de comer – é como se aquela parte do cérebro que diz que voce está satisfeito esteja quebrada- Deus que me perdoe. Ela come demais, tadinha.Mas vamos chegar lá. Ela já emagreceu um pouco não? O doutor Silvio, lembra dele – Ele perguntou de voce, eu falei que voce trabalhava na E., tudo bem? – Ele tirou toda a medicação para controlar o apetite dela, mas a dieta continua. Você não sabia? É ela está a seis meses tomando esses remédios, ela estava emagrecendo, mas bem, voce sabe né, pode fazer muito mal pra ela. Ela está crescendo né. Voce acredita que os coleguinhas de sala dela, não gostam de bruncar com ela? Só porque ela está gordinha, e veja, ela está um pouco acima do peso, ela não é feia. Mas as amigas são muito magras, perninhas finas. E o doutor descobriu que na verdade ela estava com vermes, é isso talvez seja a razão pela qual ela come tanto, imagine só. E bem, eu estou com 68, faltam dois quilos pra alcançar o peso que eu tinha antes de ter você.Você tá me escutando? Eu resolvi emagrecer e procurei aquele nutricionista sabe? Ele me passou essa dieta. Estou me sentindo tão bem,estou mais leve, estou me sentindo jovem novamente. Escou com vontade de fazer coisas diferentes, sabe né? Eu tive você muito jovem, e bem desde então só tenho cuidado de voces. Acho que agora eu tenho que me divertir um pouco né? Oi? Tá me acompanhando? Então, to pensando em abrir um negócio, eu sempre gostei de lidar com bichos né? Então to pensando em abrir um canil, a Xena já já vai entrar no cio, e bem, eu sempre fui uma boa vendedora.E agora que eu estou mais magra tá bem melhor de trabalhar,eu tirei peso daqui ó (mostra os braços) e daqui (apalpa a coxa). Agora eu posso correr, igual eu fazia antes de ter você.Mas acho que voce deve estar meio cansado né? Voce mal chega em casa e a Mãe começa a contar tudo que acontece, desculpa, mas assim, se eu não contar pra você vou contar pra quem? Você é o unico com o quem a Mãe pode conversar direito né? Certo? Voce nem tá me escutando? Tá? Então o que eu falei? Ahn, tá esperto.Voce te se cuidado? Tem se alimentado direito? Sabe como é né não pode ficar mais de três horas sem comer, e tem que comer direito, cortar refrigerante e as massas. Seus pai emagreceu também, voce notou? Tá muito seco. Agora é a familia saudável!Mas bem eu vou deixar você ir dormir, você comeu? Qualquer coisa tem macarrão na geladeira, quer que eu faça? Não, ok.Então tá.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Shit Blogger!



Só passei pra dizer: Que saco!

Atitude

Carregava consigo uma garrafa vermelha, que facilmente lembrava um cilindro de mergulho.A tampa, feita de borracha preta, projetava uma alça, a única possível. Sustentava a garrafa com um só dedo. Esta sacolejava perigosamente – mas não caia. Era apenas uma garrafa de água. Gostava de roupas bonitas, sapatos legais e odiava quem não era assim. Se encarasse o espelho veria moda – estilo. Este estilo não tocava-lhe o corpo, exceto talvez, pelos cabelos. Ela não gostava de seus cabelos. Esses a lembravam no espelho – Garota, você não é o que você veste – e ela em resposta lambuzava seu cabelo com cremes e punia-o com ferro quente. Ela era meio gordinha. E ao invés de apelar para dietas e muita malhação ela começou a namorar. Impôs como condição para o namorado, que ele continuasse magro como era. Ele desesperado concordou. Ela realmente não gostava das pessoas que andavam por aí. E assim não tinha muitos amigos. Ela gostava, por sua vez, de chegar atrasada. Gostava mesmo. Era uma declaração - Sou mais importante que você. Até que um dia, o ônibus não esperou por ela. Já atrasada trinta minutos. Ela ficou lá. Seus sapatos All Star que exibem pedaços de um hipotético gibi dos anos 70, sua calça Jeans LEVI’S, sua camiseta branca com um pequeno sapinho estilizado, seu brinco que combina com o sapato, seu cabelo alisado, seu namorado magérrimo, sua meia branca com uma única lista, seu corpo gordinho e sua garrafa vermelha, agora vazia.

Aquecimento Global

OK, um texto mais normal. O que seria de um blog sem críticas sobre um determinado assunto. É bem clichê né? Acho que até vou começar com "Hoje em dia as pessoas...", pra ficar bem normalzão.

Hoje em dia as pessoas só sabem escrever hoje em dia. Blé!

Gostaria de deixar registrado neste blog e para o mundo a minha sincera opinião a respeito do aquecimento global.

Hoje em dia o planeta está esquentando. É verdade! Não é possível determinar com certeza deterministicamente científica que a queima de combustíveis fósseis é a causa. Não dá pra saber ainda, e pronto. Mas eu apostaria que somos nós os culpados.

Ora... analize por um momento um determinado acontecimento corriqueiro das nossas vidas como, por exemplo, ir ao banheiro. Quantas maneiras de (literalmente) cagar o mundo você consegue identificar neste ato tão simples? Não vou exemplificar mais porque sei que você (oi!) é bem esperta(o).

Agora eu pergunto. Dá pra fazer alguma coisa? Vamos deixar de cagar de uma hora pra outra? Não né. É o mesmo em relação ao petróleo. Imagine que, de repente, todos os objetos feitos a partir ou com a ajuda do petróleo deixassem de existir. Vácuo.

A partir disso, infiro: Não tem como viver sem petróleo. Não dá. E vamos queimar tudo até a última ponta. Depois vira tudo Mad Max.

Eu digo: E daí? Foda-se se o mundo esquentar. As plantas vão morrer? Vão! Mas vão nascer mais em outros lugares. O pobre do urso polar vai morrer de calor e de fome. Bem, as focas vão agradecer.

Não acho ruim. Hoje em dia as pessoas tem a tendência de achar que tudo o que existe é o hoje em dia. Este planeta tem 4 bilhões de anos. Já enfentou aquecimentos, congelamentos, meteoros e tudo mais. No fim, basta que sobreviva uma meia dúzia de bactérias pra começar tudo de novo. 3 bilhões de anos depois vai surgir outra espécie pra cagar tudo de novo e achar que "hoje em dia" tá tudo ruim.

Eu digo mais: deixa tudo queimar. O mundo não vai acabar. Nós é que vamos. Seleção natural. A natureza determinou que cérebros grandes, andar ereto e polegares opositores não formam uma boa estratégia a longo prazo. Já aconteceu antes e enquanto houver coisas como DNA por aí, vai acontecer sempre.

Falando em seleção natural, acho importante lembrar que ela realmente brilha quando há mudanças no ambiente. Quantas espécies novas e maravilhosas capazes de sobreviver a temperaturas mais altas vão aparecer? Viu? Não é tão ruim.

Conclusão: sei lá. Foda-se o mundo também.

Blé...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Consolação


- Você só tem 6 meses.
- Vai doer?
- Vai, mas você já deve ter passado por coisa pior. Já prendeu o dedo na porta?
- Já... mas é que eu tenho medo.
- É natural, literalmente. Seus ancestrais precisavam disso, mas você não.
- É como o tesão, então?
- Sim. Veja minha esposa, por exemplo.
- Entendo. Mas não é simples medo. É algo mais. Não sei o que esperar.
- Sabe sim. Era ruim antes de você nascer?
- Ruim não era...
- Então... você se preocupa à toa.
- Posso tomar alguma coisa pra ajudar?
- Eu diria que nesse caso um baygon seria o ideal.
- Quinta feira, às 5 da tarde?
- Fechado.

terça-feira, 24 de março de 2009

Happy Birthday

Happy birthday my friend, and thanks for sparing or time,
trying to convince me i´m someone cool,
even if i´m sure i´m just that regular (boring) guy,
who tried his best, but still didn´t ring any bells.
THanks! I´m surelly not the best on keeping promises,
but i say i´ll try at my best to help your overcome the so called *flex fingers* problems.
And solemny swear that I hate the kind that gave you those traumas,
but when you miss them I´d say okie dokie pally, it´s gonna be alright.
as I try to convince you that, well, life is about:
farting around,
not getting totally sad,
booze,
little money, huge bills,
the same old gray city,
some uncertain relationship,
that may end (not with a bang!),
and specially how-no-to-get-totally-bored-while-checking-this b-o-oring-list-of-what-makes-you-bored.
And you surelly won´t go to Canada
and you´ll surelly´ll have children (at least 5 or 7)
And surelly well set up some retro session of Smackdown VS Raw on 2015

in the meanwhile, Burn bright, Burn Strong!

Happy Birthday

Lillyan

Ele se olha no espelho com certa repugnância. Não entendam mal. Ele se ama. Mas a figura quadrada, azul, manchada e enrugada não lhe agrada de modo algum. De todas as escolhas que faz em toda a vida, esta é a mais fácil. Transformar-se. Não no sentido auto-ajuda que todos conhecem. É algo mais amplo. É uma transformação física, externa, de caráter e de profissão. A vida aos poucos começa a ter mais sentido. Não importa mais o que as pessoas pensavam de você há poucos minutos atrás. Agora é o seu momento. Hora de lentamente começar a viver o que se deseja. Ela não é mais aquela figura normal, efadonha e decrépita. Ela é mais. Ela é uma mulher agora.

Sua aparência não reflete, infelizmente, o estado de espírito. Evitando os olhares da cidade, a figura se dirige ao lugar onde realmente brilha. A ansiedade se confirma quando os poucos que a vêem a qualificam como "estranha". O que a diferencia não é, de forma alguma, sua aparência. É a ousadia com a qual ela revela sua verdadeira forma. Que obcenamente ultrajante para um homem se transformar em fêmea.


Música acelerada, gritos, corpos em movimentos entorpecentes. Esta é sua casa. De que importa o mundo inteiro quando se tem 200 metros quadrados onde se pode literalmente brilhar? Lá ele aprendeu que tudo é permitido. Lá encontra amigos e inimigos. Amores, todos não correspondidos. E é lá mesmo que a realidade se refaz. Uma dose, por favor.


Velho, barrigudo, fedorento e, pior, casado. Saem da boate em seu carro de 150 mil. Vão para o motel de 15, longe, pra não chamar atenção. Lá a repressão desaparece e duas pessoas se permitem viver de verdade. Uma, ao dominar e submeter um símbolo de sua tristeza diária ao pior dos tratamentos já inventados. O outro por se anular e se transformar naquilo que mais odeia.

Banho, pagamento, carona, casa. Domingo estranho. Segunda-feira deprimente. O resto vai passando. A seu modo, cada um se vê deparado com um mundo que não quer ver. Um mundo no qual não gostariam de participar. Mas tudo perfeitamente tolerável, desde que sempre haja um próximo sábado.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Feels good man

So here's what I figured out.We're not evil sinners or perfect knockoffs of God.
We let the world tell us whether we're saints or sex addicts...
sane or insane, heroes or victims...
whether we're good mothers or loving sons.
But we can decide for ourselves.
As a certain wise fugitive
once told me...

Sometimes it's not important which way you jump,just that you jump.

(Chuck Palahniuk - Choke)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Absurdo

De todo espaço semântico compreendido pela palavra “absurdo”, é de interesse deste rascunho, a definição presente em o Mito de Síssifo de Albert Camus. Esta definição exclui o absurdo como irracionalidade completa, o non-sense ,ou argumentos impossíveis, mas abrange as situações ou proposições que não são consideradas válidas, mas são acatadas igualmente, mesmo em detrimento da lógica. Seria um exemplo, acreditar em entidades místicas, mesmo tendo provas que elas não existem ou ainda trabalhar em tarefas que não geram frutos, ou que são nocivas em qualquer aspecto ao executor. Lidar com estes absurdos segundo Kierkegaard em Temor e Tremor é papel da religião, que como doutrina educa e exige a aceitação de um absurdo maior (Deus), e por meio de Deus os demais absurdos e injustiças seriam aplacados. Ou seja crendo num absurdo maior é possível conviver com absurdos menores. No entanto , acredito ser apropriado indagar quanto a origem deste absurdo menor.

Como percebe-se o absurdo? Das diversas formas que este pode ocorrer, gostaria de exemplificar a revisão de valores, acompanhada comumente de reflexões nihilistas como descrito por Freud em O mal estar na civilização, o sujeito questiona todos os seus valores. Valores aqui no sentido mais amplo, não trata-se de questionar o que é bom e o que é belo, e sim os pesos que atribuímos a todas as interações que efetuamos. Neste momento nihilista, o absurdo domina a maioria das relações do individuo, que ao retirar o valor daquela relação, a classifica como irracional, já que esta não é indispensável naquele momento. Um exemplo seria uma reflexão quanto a comer carne. Por que comer carne? Se tiramos o valor da carne, que seria sua propriedade, seu sabor, sua forma. Comer carne se torna irracional e desnecessário. Baseando-se neste exemplo pontual é possível expandir diversas comparações: E se este individuo, ao deixar de comer carne, é confrontado por outro valor ?

Até agora, os exemplos de valores citados foram restritivos, em contra partida. os valores também tem funções que impulsionam um individuo a realizar uma tarefa, mesmo em detrimento de si. O discurso sobre o que distancia os homens dos animais é longo e sempre divergente, sempre são citados nossa capacidade mentir e nossa capacidade empática. Gostaria de adicionar, a esta lista, nossa capacidade atribuir valor a qualquer atividade, item ou individuo. Este é o fator comum entre Moedas raras, línguas mortas, homens bomba, modelos internacionais e estilos de vida.

Cito aqui Oedipa Mass, brava protagonista de O leilão do lote 49 de Thomas Pynchon, ela, ao receber uma herança descobre um suposto complô de carteiros, que constituem uma rede de correios secreta, cuja marca é uma corneta. Viaja pelo pais rastreando os passos desta organização, todas as pistas que indicam a existência desta são dúbias, e torna-se claro que é escolha de Oedipa criar uma relação entre estas pistas. E quando retorna a sua casa, encontra seu Marido igualmente obcecado por um complô de revendedores de carros usados. Pynchon explicita nestas e em outras passagens o quão é simples criar uma estrutura, que seguindo determinados valores, faça sentido e que permita a um individuo perder-se totalmente, dedicar uma vida a estes valores. E além disto, mostra que, aquele que cria a estrutura é responsável pela argamassa que junta os tijolos que seriam fatos. Castelos de cartas que flutuam com a força do nosso pensamento, nossa imaginação. A incapacidade de decifrar esta estrutura ou finalmente derrubá-la é comparável a esquizofrenia como enunciada por obras como “Uma mente brilhante”.

Somos exímios etiquetadores e estabelecemos relações como ninguém, é evidente a analogia a uma rede neural, pesos atribuídos quimicamente a um dendrito de um neurônio que, lembrem-se, não tem ligação física com nenhum outro neurônio. O espaço onde ocorre a sinapse é o mesmo vácuo onde dos conceitos são relacionados? Quanto a isso tenho pouco conhecimento, mas a imagem de nossos pensamentos como um fractal de uma rede neural é no mínimo intrigante. E à sombra desta estrutura surge o sentimento de absurdo.Seria um impulso que exige que continuemos criando estruturas e inferindo valores ? Algo como um castigo, e uma ordem que exige uma nova cenoura presa a uma linha e uma vara, para que sigamos em frente? Shall I project a world? Pergunta-se Oedipa. Não penso que exista uma resposta, Oedipa criará e habitará tantas estruturas quanto lhe forem possíveis.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Roda

Casas. Prédios. Árvores. Casas. Prédios. Árvores. Você não está bem. Está? Casas.Prédios. Árvores. Brumm. Fon. Inspira. Expira. Respira. Transpira. Crianças. Um cachorro. De que raça é? Acho que nenhuma. Mas ele é bonitinho, até. Brincar de roda- cutia.
Na verdade não lembro. Nunca brinquei. Mas a vó falava
tanto, acho que ela sim é quem brincou. Parou. Parei. Sento.

O roda da roda, era eu, um pião. Perdeu força, parou.
Não viu mais.
Não daquele jeito.


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By Random (Not me. I wish it was)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sinto-me bem hoje, de verdade...


Respire fundo. Sinta as energias do universo conspirando a seu favor. Ondas de positividade emanam do seu cérebro e materializam espectativas. Seja uma boa pessoa e coisas boas acontecerão com você. Pensamento positivo. Pensamento positivo! (por favor...)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Amazing!

amaze
Built using all our strength, your decayed corpse, a cry, slaughter, concrete, iron, sweat, a pen and a drawing board.
Colored by the newest value, found downtown, in a single story store.
Lit by sparking lights, which can, but certainly wont, be seen from outer space.
Rooted by our fear. Driven by momentum, Inhabited by you.
Dammed to think about, discuss, create rules that bind and explain this very maze
Which was built , solely to

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Intelectuais empanturrados

Olhe para eles! parecem selvagems! Aprenderam tudo o que sabem sobre a vida na televisão! Idiotas! - Disse ,enquanto mastigava um saboroso pedaço de pizza, que incluia queijo, e rodelas fartas de pepperoni. Enquanto falava inumeros perdigotos contendo, saliva, óleo e fragmentos semi mastigados, quase digeridos, decolavam. A massa continha quantidades generosas de amido, que era quebrado pelo coquetel de enzimas e bactérias que habitavam aquela boca , que sinalizava o asseio de seu dono. As gotas caiam e formavam desenhos na mesa de mdf revestida por uma camada de plástico vermelho. Era possivel encontrar inúmeros simbolos formados pelas gotículas. Uma cruz, um martelo e pontos solitários que refletindo o grande o holofote dependurado sobre a mesa lembravam estrelas. Estrelas estas que seriam exterminadas por um pano levemente embebido em uma solução desengordurante, própria para apagar em segundos galáxias inteiras.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

BANANA!

Se vista bem rápido
camisa ! Sapato
Entra no carro
corra bem rápido
E coma uma Banana!

Buzina Buzina
Acelera freia
Quase bata
Grite, Agrida
E coma uma Banana!

Atrasado!
Corra Corra!
Bata o cartão
Hoje vai ter plantão!
E coma uma Banana!

Sou um macaco feliz!
Sou sim!
Como a~~ Banana!
Banana pra mim!
Banana sim!

Nossa que fome!
Horário de almoço~ la la la
Finalmente vou ser feliz, posso escolher, o que vou comer ~la la la
Quanta comida, quanta diversão ~la la la
enquanto tiver dinheiro no

Acaba o almoço
corra pra mesa
volte ao trabalho
salve a empresa
E coma uma Banana!

Sou um macaco feliz!
Sou sim!
Como a~~ Banana!
Banana pra mim!
Banana sim!

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Vamo lá quero ver todo mundo cantando!!