segunda-feira, 11 de maio de 2009

Atitude II

No corredor, com uma camiseta branca, calça jeans normalzinha, o cabelo agora sem corte, era ainda o mesmo, razoalvemente ordenado.Com o punho cerrado, e braços minguados, punia seu "namorado" com socos leves. Não que ele tivesse de fato feito algo que merecesse aqueles socos. Aqueles socos eram de brincadeira. Era uma maneira de mostrar afeto.E ao mesmo tempo não. Eles haviam brigado, sim, ela tocou aquele espaço imaginário, que um se ilude facilmente,chamando de inviolável. Espaço esse assinado por Walt Disney e forjado em Hollywood, entregue ao garoto quando ele tinha apenas 3 anos. Entregue? O coitado engoliu junto com sua papinha, como tempero, um suprimento vitamínico, que promete deixar seu filho mais forte. Mais forte? Cultivando no pobre menino uma caixinha, de dimensões imaginárias que ninguem pode tocar. Verdades indeléveis. Até que aquela mocinha que voce tanto gosta,rasga a caixa, enfiando aqueles dedos meio gordos e morbidamente brancos no interior.Dedos que tateam e não encontram nada.Exceto a furia do violado que como programado, saiu abruptamente deixando a garota sozinha.Três dias se passaram e ali eles estavam, fazendo as pazes, deixando tudo de lado. O garoto, no processo, encolhe sua caixa inviolável.Para que aqueles dedos não mais o violem da mesma maneira. Ele se julga mais preparado, evoluiu. E ela continua acertando lhe os socos gentis
- Seu bobão.
Os socos tão leves que as vezes nem tocavam o corpo do pobre garoto, puniam-o pela sua traição.Socos fajutos. Quem bate e quem se encolhe?


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Atitude I