segunda-feira, 27 de abril de 2009

Excerto

- Se ajeite que já está na hora.
- Onde vamos, Pai?
- Vamos no funeral.
Palavra nova: Funeral. O Carro ligou, o Pai fez o caminho da escola até o morro, aí ele virou e foi reto, virou denovo a esquerda e parou.
- Chegamos filho.
O lugar era bonito, o teto era muito alto, e pedurado tinha umas argolas cheias de lampadas, tinha um jardim, bem pequeno, mas sem nenhuma flor, só tinha grama. O pai pediu informações, as pessoas estavam de preto. O pai foi reto num corredor, e virou a direita na terceira sala, como o homem tinha dito. A sala tinha sete pessoas, apenas uma mulher e apenas uma criança. No centro da sala, uma mesinha com uma caixa de madeira branca. Do lado umas velas e um buquê enorme de flores. Muito maior do que os que o Pai manda pra mãe as vezes, flores amarelas e brancas, e um papel colorido com um pouco de purpurina escrito “Saudades”. O pai chegou perto da caixa e olhou ali dentro, tinha uma menina com uma cabeça muito grande, torta, muito feia.
- Pai o que acontec...
- Shh!
O Pai foi até a mulher e disse:
- Meus Pêsames.
Palavra nova: Pêsames. A mulher agradeceu (?). O pai disse:
- Vamos fazer uma oração?
As pessoas murmuraram. Depois se levantaram e deram as mão como que para brincar de ciranda, mas envolta da caixa branca.
- Senhor Jesus, estamos aqui reunidos em teu nome, para pedir que acolha no seu meio, junto com os anjos e santos a alma de
O Pai fez uma pausa, segurando a mão de seu filho que segurava a mão de um velho que fedia estranho.
-Amélia. Completou alguem antes que se perguntasse.
-Amélia. Esta que pura como criança há já de estar entre os seus. Pai nosso...
Ao dizer Pai nosso, todas as pessoas começaram a falar, com uma voz arrastada. O velho apertava a pequena mãozinha que ele segurava.
- que estais no céu, santificado seja vosso nome, assim na terra como no céu, perdoais os nossos pecados , assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal, Amém.
O pai retomando o controle.
- Ave Maria...
- Cheia de graça, senhor é conosco.
A mulher cai de joelhos e começa a chorar. Ela diz:
Por que? Por que?
O Pai não quis mudar a oração, mesmo com ela chorando daquele jeito. E enquanto a oração continuou seu filho começou a examinar as paredes ignorando o coral e o choro. Nas paredes haviam grandes placas de metal com nomes – Familia Demeneck, Familia Benetti, Familia Souza, Familia (Não dava pra ler porque o buquê tava na frente) e embaixo do nome da familia tinha uma alça, como se desse pra puxar aquela placa, como se fosse uma gaveta.
- Amém.
- Deus, confortai os entes queridos que ficaram e proteja-os do mal. A mulher abaixou a cabeça. Santo Anjo! Mandou o Pai novamente. Desta vez o menino acompanhou forte, por que era a cantiga de ninar.
- Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se ati me confiou, a piedade vina sempre me rege, me guarde, governe, ilumine, Amém.
Ficou tudo muito quieto, o velho largou a mão do menino. A menina que tinha a cabeça inchada tinha algodões enfiados no nariz, na testa dela dava pra ver linhas mais escuras, como se alguem tivesse desenhado com um lapis b2. A testa dela tinha uma metade maior que a outra, parecia que a bola que estava ali dentro estava tentando sair pela esquerda. A boca dela tava meio aberta, ela tinha um corte feio no labio. O Pai ficou ali em silencio por varios minutos. Duas pessoas se levantaram e sairam da sala. O Pai comprimentou a mulher novamente e saiu. Quando o Pai dobrou o corredor os dois homens que tinham saido estavam conversando, com um copo de café na mão. Na outra mão um sanduiche.
- Tô com fome, Pai.
- A gente já chega em casa, filho.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Hedonismo vingativo, Revolta interior e Luz azul

AVISO!
Se tiver estômago fraco, não LEIA!
Mas é claro que você vai ler...

3º - Lorena
Foi minha namorada quando eu tinha 37, depois de quase 8 anos de solteirice. Ela foi especial para mim naquela época, já que conseguiu me tirar da vagabundagem. Ela era contadora como eu e nos conhecemos na orgia semanal do Cabral. Que saudade! Ela havia chegado há pouco aqui na megalópole e ainda estava procurando lugares pra se divertir. Sem querer ela escolheu começar pela periferia, pensando que seria mais ameno. Coitada, acabou dando logo de cara com indivíduos como eu. Coitada nada, era o que a piranha queria mesmo. Mas se fosse um vadia qualquer eu não estaria me dando o trabalho de escrever sobre ela aqui. Vamos aos fatos: Lorena era religiosa, monoteísta. Ainda criança, viu-se de repente numa sacristia sendo lambida da cabeça aos pés por uma freira gorda, feia e forte. Decidiu naquela idade que Igreja era errado, muito errado. Não teve coragem de abandonar a crença até pouco tempo atrás. Mas, quando isso aconteceu, foi uma revolução. Eu a chamava de hedonista vingativa. Ela sentia que tinha o dever moral para com a humanidade de sentir prazer todo e a qualquer momento que era possível. Também possuía uma inclinação para profanidades. Um dia ela revelou que havia convidado um negão pra transar no altar de uma igreja adventista perto da casa dela. O negão a enrabou em todas as posições possíveis, dentro do pentagrama negro desenhado por ela mesma, enquanto ela se lambusava inteira com sangue e entranhas de carneiro. Foi mágico, segundo ela. Comigo foi um pouco diferente. Ela havia decidido que já havia utilizado Jeová o suficiente e gostaria de subverter outro tipo de Deus. Escolheu Alá. Nossa melhor experiência, e a que mereceu esta medalha de bronze, foi num dia quente de fevereiro. Um dia ela chegou lá em casa com uma pequena maleta e um saco com muitas coisas dentro. Tirou sua roupa e me disse para fazer tudo o ela pedisse. Estendeu uma lona de plástico na cama e por cima colocou várias pedras pequenas. Deitou-se de barriga pra cima e abriu bem as pernas. Delicadamente abriu a maleta e me entregou uma agulha consideravelmente grande e linha. Pediu para que eu a costurasse, da mesma forma que alguém pede para outra pessoa trazer uma toalha ou um copo de água. Fiquei de pau duro na mesma hora. Ponto a ponto, fui costurando cada centímetro daquela boceta deliciosa. Banhada em sangue, inchada, num tom roxo meio azulado, parecia uma pequena beringela amassada. Depois de terminado o trabalho, ela me entregou uma tesoura para que eu cortasse uma pequena abertura entre o emaranhado de fios. Por essa abertura, começou a minha participação efetivamente. Nos entregamos àquele frenesi caótico de dor, prazer e desespero. Por fim, removi todas as linhas com a tesoura, arrancando gemidos guturais a cada ponto retirado. Seu rosto brilhava e refletia pura paz e compaixão. Com ternura digna de uma mãe, ela desenhava com sua unha afiada uma imagem na sua própria carne, na altura da barriga. Quando perguntei o que significava, ela respondeu: Maomé.


2º - Suelen
Conheci na internet, num daqueles sites obscuros que quase ninguém acessa. No underground do underground. Onde responder "sim, tenho mais de 18 anos" não basta. Você só chega lá se for indicado por alguém. Marcamos de nos conhecer na margem da lagoa. 5 minutos depois estavamos a cometer aberrações sexuais num banheiro público imundo ali perto. Me apaixonei naquele mesmo instante. Gosto de mulheres objetivas. Suelen era médica, neurologista. Gostava de imaginar que uma cientista dos sentidos seria a pessoa ideal pra me mostrar as melhores formas de estímulos que existem. Não errei! Durante meses nos encontramos diariamente para fazer coisas que muitos profissionais achariam impossíveis. Neste tempo, percebi algo diferente no jeito de Suelen. Ela parecia meio aérea, meio desprendida do mundo. Num dia qualquer, depois de uma trepada histórica, ainda no êxtase, resolvi perguntar se algo havia acontecido com ela. Depois de me chamar de "aproveitador imundo", ela explicou que ela era daquele jeito por causa de uma infecção generalizada que danificou parte do seu cérebro. Desde então, ela se tornou menos apegada às coisas que geralmente as pessoas normais se apegam. "O que interessa é viver", ela falava. Um dia, o dia que mereceu a medalha de prata, fui buscá-la no hospital. Chegando perto de casa, ela me perguntou se eu gostaria de experimentar algo que mudaria meu modo de ver o mundo. Assenti com a cabeça, ao mesmo tempo que tinha uma ereção homérica. Dirigimos durante mais de duas horas pra chegar numa velha fazenda suja e mal cheirosa. Chegando lá, Suelen cumprimentou uma senhora velha, feia, gorda e incrivelmente suja. Sem muitas amenidades, as duas acertaram um preço (barato) e a velha nos convidou para ir a um cômodo nos fundos da casa. Quinze minutos depois voltamos, e o que aconteceu eu só poderia descrever como absolutamente repugnante. Podem me chamar de egoísta, mas eu gostaria de ter participado daquilo. Tudo o que eu fiz foi ficar olhando enquanto as duas apresentavam aquele show gastro-intestinal de horrores. Naquele dia descobri que Suelen não só era chegada numa cropofagia mas também era particularmente interessada em mulheres de meia idade com sérios problemas de higiene. Como eu disse, foi uma pena eu não ter sido autorizado a participar. Depois de tudo aquilo, a velha foi na cozinha e voltou com um pedaço de carne fresca, aparentemente de porco. Algumas horas depois chegamos em casa e Suelen foi preparar o jantar. Para ela, um pedaço de carne ainda cru, levemente aquecido. Para mim, um belo bife bem passado, preto como carvão. Não comi. Suelen cortava e se deliciava com os pedaços de carne, como se fossem iguarias francesas. Fomos para cama e não se falou em sexo. Continuamos no celibato por mais dois meses. Minhas mãos e meu cacete sofreram enormemente. Enfim, chegou o dia. Fomos jantar, como o de costume. Ao fim, terminei minha taça de vinho e Suelen despejou num pequeno copo de licor uma ampola que parecia conter algum tipo de medicamento. Pediu para que eu aguardasse. Cinco, quinze, vinte minutos. A espera era enlouquecedora. Eu sabia que o momento que mudaria o meu modo de ver o mundo se aproximava, mas não fazia idéia do que seria. De repente, ela se levantou da cadeira. Seu olhar estava petrificado. Seus olhos, vermelhos, escorriam em lágrimas. No fundo daquele semblante de agonia, se escondia algo que eu claramente conseguia identificar. Era o prazer da dor. Caída no chão, com suas mãos no abdomen, Suelen gemia longamente mas não gritava. Levei-a para cama e a despi. Ela estava branca, suava muito e ardia em febre. Então, como se sua própria alma clamasse por alívio, ela gritou desesperada: "Come o meu cu, agora, porra!". Não hesitei nem tive dó. Meti sem passar nada. Ela não gemeu mais do que já estava gemento. Enquanto eu a enrabava loucamente, ela me olhava chorando, com ternura nos olhos e falava: "isso é pra você, meu querido". De repente, senti algo estranho. Era como se seu intestino estivesse se revirando. Senti dor na ponta do pau. Ela gritou: "Não tira!". Não tirei. A dor era como se minúsculas abelhas estivessem me picando ao mesmo tempo. Congelei de medo e de tesão. Minhas pernas tremeram mas continuei firme. Ninguém se mexia. Era somente nossa dor, nosso momento. Tinha a sensação de que suas entranhas fervilhavam, como se tivessem resolvido se rebelar contra todo o resto. Senti cócegas, como se milhares de pequenos tentáculos chicoteassem meu membro. O estímulo era tamanho que em alguns segundos eu já havia ejaculado. Era realmente uma experiência única. Caí para trás, no chão, tentando recuperar minha respiração, tamanho era o êxtase. Olhei para Suelen. Ela não se mexia. De seu cu, saíam milhares de pequenos fios brancos, enraivecidos pelo licor aperitivo de ascaricida. Era uma cena belíssima, uma pintura. Consegui ver as coisas de um jeito diferente desde então. Engraçado como coisas tão simples e comuns podem fazer você reavaliar os costumes e valores. O mundo me parece mas simples agora. Eu realmente acho que eu o vejo do jeito que deveria ser. Mas não do jeito que a Suelen via, de maneira nenhuma. No caso dela, foi um cisticerco alojado no lóbulo frontal esquerdo.



1º - Débora
A primeira coisa que pensei foi: que nomezinho feio. Parece xingamento. Ô sua Débora, pára com isso. Sou meio impulsivo às vezes. Pra mim, essa foi a impressão que tive e foi essa a impressão que ficou. Hoje me arrependo. Deveria tê-la aproveitado melhor enquanto ela era viva. Naquela época ela era só um buraco onde eu conseguia meter regularmente. Ela me amava, sem dúvida. Eu a detestava. Era isso que eu achava interessante nessa relação. Era poder, sem dúvida. Se eu pedisse pra ela comer o meu cocô, ela faria. Admito, ela fez e não gostou. Um dia explodi e terminei. Disse que o que mais me irritava é que ela me obedecia. Depois disso ela mudou. Mudou-se lá pra casa também. Espancá-la não resolveu. Só tornou as trepadas um pouco mais intensas. Ela gostava, a desgraçada. Era um jogo. Não sou um pivete, sei como essas coisas funcionam. No fundo, Débora é um poço de insegurança com um talento sobrenatural para o teatro. As coisas começaram a ficar realmente sombrias quando ela decidiu não aceitar meus argumentos. A cada soco que eu dava, recebia outros dois. Sim, já apanhei pra uma porra de uma mulher magra, bonita e fraca. Foi então que descobrimos a apnéia. Era lindo. O único problema era o pessoal da firma perguntando o que eram as marcas roxas no pescoço. Eram chupões estranhos, um pouco mais alongados. Eu dava aquelas desculpas machistas de sempre e todos caíam na risada. Acho difícil encontrar seres mais estúpidos do que homens casados com mais de 30. Enfim, Débora e eu costumávamos passar nossas tardes tranquilas de domingo entre estrangulamentos e sessões de espancamento. Ainda odiava ela, mas gostava de ser dominado. Falando sério, quem não gosta? Era uma mistura perfeita: falta completa de controle misturada com ódio fervente. Enquanto ela pisava nos meus ovos com um salto 15, o único pensamento que me vinha era de quantas maneiras diferentes eu poderia desfigurar aquele rostinho bonito com meus punhos. Até que durou bastante, mas não foi o suficiente. Terminei mais uma vez. Eu queria as aberrações de sempre e Débora era estranha, mas ainda normal pros meus padrões. No outro dia fui parar no hospital com uma faca cravada no braço direito. Duas semanas depois voltamos a nos falar. Débora havia invadido novamente minha casa, com uma pistola na mão. Chegamos num acordo bem simples: ela faria comigo algo que nenhuma outra mulher fez. Depois disso ela iria embora e nunca mais nos falaríamos. Topei. Chega uma época na vida que você olha pra trás e diz: quer saber, foda-se. Ela preparou o local com muito esmero. Essências de flores, velas e um cheiro suave de bolo de chocolate. De fato, havia um no forno. Pediu que me despisse e que deitasse na banheira com água morna. Ela também entrou e parecia pouco determinada a me afogar. De um local que não pude identificar, ela tirou uma navalha. Gelei, mas abraçei o capeta, literalmente. Ela passou a lâmina pelo meu rosto lentamente, depois pelo meu peito, arrancando alguns pêlos. Novamente, sensação de entrega. Não havia nada que eu pudesse fazer, exceto ter uma ereção explosiva. Ela percebeu e logo montou em mim. Tudo muito suave, com movimentos lentos. Eu, quase em transe, não percebi quando ela fez um corte longitudinal nos meus pulsos. Sem muito esforço, ela também havia cortado os seus. Eram cortes grandes, o suficiente pra tingir a água de vermelho em poucos segundos. Admito, senti medo. Mas parece que há uma reação pavloviana dentro de mim que me impede de reagir em situações assim. Pelo contrário, eu adoro. É mais ou menos como se, quando pequeno, alguém te ensinasse que sinal verde é parar e sinal vermelho é seguir. Então começamos a galopar violentamente. Água, sangue e secreções lavaram o chão do banheiro e dos cômodos anexos. Aos poucos comecei a me sentir fraco, enjoado. Ela também não parecia bem. Mas também sentia como se minhas entranhas congelassem, contorcessem, borbulhando de desejo. Meu coração cada vez mais acelerado pela falta de sangue e oxigênio, parecia só se importar em mandar sangue para a única parte do corpo interessada nele. Estávamos nós dois trêmulos, brancos e exaustos mas não havia como parar. Era um furacão. Algumas gozadas depois eu me entreguei. Minha visão estava negra e eu só conseguia ver alguns traços ensanguentados do rosto de Débora. A desgraçada, tremendo e tirando forças de algum lugar desconhecido, pegou a lâmina novamente e começou a rasgar minha perna direita. A dor monumental me fez acordar por alguns segundos e o que eu vi foi além da compreensão e merecedor da medalha de ouro. Vi uma luz azulada. Fiz um esforço extremo pra focar a imagem. Aos poucos um contorno feminino foi se formando. Era Débora, linda, magra e transparente. Estava nua, em cima de mim segurando uma navalha. Tinha um olhar tênue e complacente. Era extremamente luminosa e eu conseguia enxergar todos os músculos, artérias, ossos e órgãos internos. Mantinha-se com a postura ereta e firme, como uma rainha. Uma onda de tesão invadiu meu corpo moribundo. Então, após eternos dois segundos, falou em câmera lenta: "Que merda, esqueci o bolo". Acordei dois dias depois, num hospital psiquiátrico, num ataque de riso que quase me matou novamente.

Graphic meme


domingo, 12 de abril de 2009

23:47

... E eu simplesmente não podia ficar deixar de comer- quem era eu pra ficar magra quando eu não podia, digo, eles não podia ser magros – Eu me sinto responsável por isso, meus genes ruims, deixaram eles assim – sabe como é? Não, apenas quem é gordinho sabe o que é. Eles olham pra voce e sentem nojo, pensam – Olha que relaxada! Olha que porcona! Não pensam que talvez ela tenha problemas hormonais ou que talvez esteja nos genes dela ou que ainda ela se sinta bem assim. Eu resolvi então que não era isso que eu queria e iria dar o exemplo. E olha aqui (coloca as mãos na cintura) estou quase no meu peso ideal. Venha aqui, quanto voce tem de altura? Bom, voce então deve pesar 82. Voce pesa 81? Que bom não precisa emagrecer – Já seu irmão, tem que perder 4 e sua irmãzinha 12 – Ela não para de comer – é como se aquela parte do cérebro que diz que voce está satisfeito esteja quebrada- Deus que me perdoe. Ela come demais, tadinha.Mas vamos chegar lá. Ela já emagreceu um pouco não? O doutor Silvio, lembra dele – Ele perguntou de voce, eu falei que voce trabalhava na E., tudo bem? – Ele tirou toda a medicação para controlar o apetite dela, mas a dieta continua. Você não sabia? É ela está a seis meses tomando esses remédios, ela estava emagrecendo, mas bem, voce sabe né, pode fazer muito mal pra ela. Ela está crescendo né. Voce acredita que os coleguinhas de sala dela, não gostam de bruncar com ela? Só porque ela está gordinha, e veja, ela está um pouco acima do peso, ela não é feia. Mas as amigas são muito magras, perninhas finas. E o doutor descobriu que na verdade ela estava com vermes, é isso talvez seja a razão pela qual ela come tanto, imagine só. E bem, eu estou com 68, faltam dois quilos pra alcançar o peso que eu tinha antes de ter você.Você tá me escutando? Eu resolvi emagrecer e procurei aquele nutricionista sabe? Ele me passou essa dieta. Estou me sentindo tão bem,estou mais leve, estou me sentindo jovem novamente. Escou com vontade de fazer coisas diferentes, sabe né? Eu tive você muito jovem, e bem desde então só tenho cuidado de voces. Acho que agora eu tenho que me divertir um pouco né? Oi? Tá me acompanhando? Então, to pensando em abrir um negócio, eu sempre gostei de lidar com bichos né? Então to pensando em abrir um canil, a Xena já já vai entrar no cio, e bem, eu sempre fui uma boa vendedora.E agora que eu estou mais magra tá bem melhor de trabalhar,eu tirei peso daqui ó (mostra os braços) e daqui (apalpa a coxa). Agora eu posso correr, igual eu fazia antes de ter você.Mas acho que voce deve estar meio cansado né? Voce mal chega em casa e a Mãe começa a contar tudo que acontece, desculpa, mas assim, se eu não contar pra você vou contar pra quem? Você é o unico com o quem a Mãe pode conversar direito né? Certo? Voce nem tá me escutando? Tá? Então o que eu falei? Ahn, tá esperto.Voce te se cuidado? Tem se alimentado direito? Sabe como é né não pode ficar mais de três horas sem comer, e tem que comer direito, cortar refrigerante e as massas. Seus pai emagreceu também, voce notou? Tá muito seco. Agora é a familia saudável!Mas bem eu vou deixar você ir dormir, você comeu? Qualquer coisa tem macarrão na geladeira, quer que eu faça? Não, ok.Então tá.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Shit Blogger!



Só passei pra dizer: Que saco!

Atitude

Carregava consigo uma garrafa vermelha, que facilmente lembrava um cilindro de mergulho.A tampa, feita de borracha preta, projetava uma alça, a única possível. Sustentava a garrafa com um só dedo. Esta sacolejava perigosamente – mas não caia. Era apenas uma garrafa de água. Gostava de roupas bonitas, sapatos legais e odiava quem não era assim. Se encarasse o espelho veria moda – estilo. Este estilo não tocava-lhe o corpo, exceto talvez, pelos cabelos. Ela não gostava de seus cabelos. Esses a lembravam no espelho – Garota, você não é o que você veste – e ela em resposta lambuzava seu cabelo com cremes e punia-o com ferro quente. Ela era meio gordinha. E ao invés de apelar para dietas e muita malhação ela começou a namorar. Impôs como condição para o namorado, que ele continuasse magro como era. Ele desesperado concordou. Ela realmente não gostava das pessoas que andavam por aí. E assim não tinha muitos amigos. Ela gostava, por sua vez, de chegar atrasada. Gostava mesmo. Era uma declaração - Sou mais importante que você. Até que um dia, o ônibus não esperou por ela. Já atrasada trinta minutos. Ela ficou lá. Seus sapatos All Star que exibem pedaços de um hipotético gibi dos anos 70, sua calça Jeans LEVI’S, sua camiseta branca com um pequeno sapinho estilizado, seu brinco que combina com o sapato, seu cabelo alisado, seu namorado magérrimo, sua meia branca com uma única lista, seu corpo gordinho e sua garrafa vermelha, agora vazia.

Aquecimento Global

OK, um texto mais normal. O que seria de um blog sem críticas sobre um determinado assunto. É bem clichê né? Acho que até vou começar com "Hoje em dia as pessoas...", pra ficar bem normalzão.

Hoje em dia as pessoas só sabem escrever hoje em dia. Blé!

Gostaria de deixar registrado neste blog e para o mundo a minha sincera opinião a respeito do aquecimento global.

Hoje em dia o planeta está esquentando. É verdade! Não é possível determinar com certeza deterministicamente científica que a queima de combustíveis fósseis é a causa. Não dá pra saber ainda, e pronto. Mas eu apostaria que somos nós os culpados.

Ora... analize por um momento um determinado acontecimento corriqueiro das nossas vidas como, por exemplo, ir ao banheiro. Quantas maneiras de (literalmente) cagar o mundo você consegue identificar neste ato tão simples? Não vou exemplificar mais porque sei que você (oi!) é bem esperta(o).

Agora eu pergunto. Dá pra fazer alguma coisa? Vamos deixar de cagar de uma hora pra outra? Não né. É o mesmo em relação ao petróleo. Imagine que, de repente, todos os objetos feitos a partir ou com a ajuda do petróleo deixassem de existir. Vácuo.

A partir disso, infiro: Não tem como viver sem petróleo. Não dá. E vamos queimar tudo até a última ponta. Depois vira tudo Mad Max.

Eu digo: E daí? Foda-se se o mundo esquentar. As plantas vão morrer? Vão! Mas vão nascer mais em outros lugares. O pobre do urso polar vai morrer de calor e de fome. Bem, as focas vão agradecer.

Não acho ruim. Hoje em dia as pessoas tem a tendência de achar que tudo o que existe é o hoje em dia. Este planeta tem 4 bilhões de anos. Já enfentou aquecimentos, congelamentos, meteoros e tudo mais. No fim, basta que sobreviva uma meia dúzia de bactérias pra começar tudo de novo. 3 bilhões de anos depois vai surgir outra espécie pra cagar tudo de novo e achar que "hoje em dia" tá tudo ruim.

Eu digo mais: deixa tudo queimar. O mundo não vai acabar. Nós é que vamos. Seleção natural. A natureza determinou que cérebros grandes, andar ereto e polegares opositores não formam uma boa estratégia a longo prazo. Já aconteceu antes e enquanto houver coisas como DNA por aí, vai acontecer sempre.

Falando em seleção natural, acho importante lembrar que ela realmente brilha quando há mudanças no ambiente. Quantas espécies novas e maravilhosas capazes de sobreviver a temperaturas mais altas vão aparecer? Viu? Não é tão ruim.

Conclusão: sei lá. Foda-se o mundo também.

Blé...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Consolação


- Você só tem 6 meses.
- Vai doer?
- Vai, mas você já deve ter passado por coisa pior. Já prendeu o dedo na porta?
- Já... mas é que eu tenho medo.
- É natural, literalmente. Seus ancestrais precisavam disso, mas você não.
- É como o tesão, então?
- Sim. Veja minha esposa, por exemplo.
- Entendo. Mas não é simples medo. É algo mais. Não sei o que esperar.
- Sabe sim. Era ruim antes de você nascer?
- Ruim não era...
- Então... você se preocupa à toa.
- Posso tomar alguma coisa pra ajudar?
- Eu diria que nesse caso um baygon seria o ideal.
- Quinta feira, às 5 da tarde?
- Fechado.