segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A família perfeita

Dando seguimento ao tema "piadas bíblicas", contarei hoje a breve história de Ló, segundo a minha interpretação. Quem se sentir ofendido, pode rezar por mim.

Gênesis 19

Era uma vez uma cidade chamada Sodoma. Diz a lenda que esta era uma cidade cujos habitantes eram, essencialmente, gays. Como todos sabemos, Deus não é particularmente a favor deste tipo de prática e resolveu que aquela era uma cidade que não deveria mais existir.
Mas, sendo Deus justo e juíz supremo, decidiu que havia entre os viados uma família pura e que merecia salvação. Esta era a família de um cara com um nome bem estranho e que ninguém lembra. Mas os íntimos o chamavam de Ló.
Ló tinha uma mulher e duas filhas. No dia anterior à destruição da cidade, Deus enviou dois anjos para visitar aquela família e alertá-los sobre o que Deus pretendia fazer com aquela cidade. Não sei como dois anjos poderiam andar numa cidade como aquela sem serem percebidos. Provavelmente Deus os enviou com roupas super justas e feitas por algum estilista famoso da época. Detalhes à parte, Ló os convidou para que passassem a noite em sua casa.
Não demorou muito para que os habitantes da cidade tomassem conhecimento sobre os dois ilustres convidados. Sabe como é que é, em cidade pequena rola muita fofoca. Eles cercaram a casa de Ló e exigiram que os dois homens saíssem da casa para que fossem "conhecidos". Pra quem não sabe, "conhecer" é o equivalente bíblico para "gang bang".
Neste momento, Ló decidiu falar o que lhe pareceu ser o mais apropriado numa situação daquelas:
"Não façam mal a estes homens. Vejam, aqui, minhas duas filhas que nunca conheceram ninguém. Podem fazer com elas o que quiserem, mas não façam nada a estes dois homens."
Os anjos, comovidos com aquele exemplo de paternidade, lançaram uma magia contra os homens, cegando-os. Mais que rapidamente, Ló juntou suas coisas, digo, família, e saiu correndo da cidade.
Deus havia ordenado que ele se escondesse nas montanhas, enquanto a viadagem recebia o merecido castigo. Havia somente uma condição: não olhar para trás na hora da explosão. Simples. Mas Deus não sabia como dar ordens às mulheres. Se a mulher de Ló tivesse ouvido: "Quando eu explodir a cidade, olhe para trás!", talvez não tivesse virado sal.
Chegando na montanha, Ló montou acampamento com as duas filhas. Naquela noite, a mais velha teve uma idéia que somente uma menina que acabou de ser oferecida a um estuprador poderia ter tido. Ela explicou à irmã mais nova: "Todos os homens e mulheres que conhecemos morreram. Precisamos dar continuidade à descendencia do nosso pai. Vamos embebedá-lo e depois deitar com ele". Assim ela o fez e a mais nova também, no dia seguinte. Fico imaginando o tipo de vinho que eles tomavam naquela época. Porque o que eu tomo não me permite fazer essas coisas com membros da minha família, não importa a dosagem.
E por aí vai...

... e hoje em dia as coisas andam tão violentas, né?

Outro dia conto outra história bem parecida, mas com um final surpreendente: Juízes 19.