segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mindjog #1

Meus sentidos são conflitantes, escuto um grito vermelho, sinto em minha pele facilmente um acorde de violão, mas continuo vendo esse mesmo mundo cinza e sem graça. Mas se fecho meus olhos a confusão vira ordem e adentro mais uma vez.

O quadrado rosa.

Não me recordo da primeira vez que viajei, mas as regras são simples. Não toque, Não altere nada. O campo desta vez não é muito amplo, o mundo é um quarto. Paredes rosa claro, num canto uma pilha de bonecos de pelúcia, a esquerda uma penteadeira. Sobre esta, em forma, como um pelotão, uma tropa de frascos coloridos, porta jóias , batons e outros embelezadores. No centro uma menina loira de cabelos longos caídos sobre a face. Ela espera. Sentada com as pernas cruzadas, ela espera. Raramente se move, e quando o faz é para encarar um porta retrato fixado na parede. Nele um homem de meia idade carrega um bebe nos braços. Sob o quadro a inscrição. Nunca casarei. E ainda a menina espera.
Na condição de espectador, desejei que o filme passasse mais depressa, mas não, não sou o diretor deste filme. A Menina ainda espera. E tomado pelo susto compartilhado, a porta abre. São atirado dois ursinhos pra dentro e uma barra de chocolates. A garota levanta calmamente, pega um dos ursos. Abraça forte. Pega um tesoura, na gaveta da penteadeira e com dificuldade começa a cortar o braço direito do urso,silenciosamente. Olho, desta vez com mais atenção para a pilha de bichos de pelúcia. Todos tiveram seu braços, igualmente cortados, sempre o braço direto.
Antes que tivesse me dado conta havia quebrado a regra. Por quê – Eu lhe perguntei. Antes de ser expulso.